quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mais uma vítima da violência de gênero em BH

O corpo da manicure Fernanda Nagia, de 29 anos, desaparecida desde a última quinta-feira (20), foi encontrado no trevo do bairro Guarani, na região Norte de Belo Horizonte. A suspeita é que o responsável pela morte dela seja o marido, que chegou a procurar a família da mulher para informar sobre o sumiço dela. Parentes chegaram a falar que ela era constantemente agredida pelo marido, com quem discutia muito.


O corpo de uma mulher encontrado na manhã dessa terça-feira enterrado em um lote vago às margens da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Guarani, Nordeste de Belo Horizonte, foi reconhecido como sendo da manicure Fernanda Nagia da Silva, de 29 anos. O principal suspeito é o marido dela, o motoboy Gilmar Vítor da Paixão, de 34, que chegou a procurar a família da mulher para informar sobre o sumiço dela. Parentes chegaram a falar que ela era constantemente agredida pelo marido, com quem discutia muito.

Gilmar foi visto pela última vez na segunda-feira. Depois sumiu, levando o filho do casal, um menino de 7 anos. Investigadores da Divisão de Desaparecidos tentaram contanto com o suspeito, mas ele não atendeu as ligações. O lote onde o corpo foi encontrado fica em frente à casa onde Fernanda e Gilmar viviam com o garoto.

Segundo o delegado Thiago Saraiva, os indícios apontam para um crime cometido entre a noite de quarta-feira e madrugada de quinta. A mulher possivelmente foi morta por espancamento. O suspeito já tem passagem pela polícia, inclusive respondendo por dois homicídios e um crime de ameaça.

Na quinta-feira, dia em que desapareceu, a manicure Fernanda tinha uma consulta logo cedo no dentista, além de clientes agendadas para a manhã, mas não apareceu para os compromissos. “Foi o próprio Gilmar quem procurou a família dela e avisou sobre o desaparecimento. Ele disse que havia saído para levar o filho na escola e que falou rapidamente com a mulher, mas que depois não conseguiu mais contato e descobriu que ela não havia ido ao dentista e nem aberto o salão”, informou o motorista Márcio Pereira, casado com uma irmã da vítima. Segundo ele, naquele dia foram feitas várias ligações para o celular da jovem, que só dava sinal de desligado.

Terra remexida

O delegado Thiago Saraiva informou que a família da manicure procurou a Divisão de Pessoas Desaparecidas na sexta-feira. Segundo ele, policiais estiveram na moradia do casal e conversaram com o suspeito, que repetiu as informações dadas aos parentes da jovem. “Hoje (ontem) pela manhã, recebemos a denúncia de que a Fernanda estava morta e que o corpo dela havia sido enterrado no lote que fica em frente ao imóvel onde o casal morava”, contou o policial. No local, foi constatado que havia terra remexida. Bombeiros confirmaram tratar-se de uma cova em que havia um corpo de mulher.

Cleber José dos Santos Silva, um dos irmãos da manicure, informou que as brigas entre a irmã e o cunhado eram constantes, motivadas pelo ciúme de Gilmar, e que normalmente os desentendimentos terminavam em agressões.

Redes sociais

Pelo Facebook o suspeito Gilmar postou frases nos últimos dias com orações e pedidos à Deus para que Fernanda aparecesse. Ele publicou fotos da esposa e do filho dizendo: “Minha razão pra não desanimar, Jesus olha pro Davi, eu sou pó, verme e cinza, mas Davi é uma criança, traga mamãe d volta onde quer que esteja.....” “Oh meu Pai amado ten-de misericórdia, envia o anjo trás ela de volta, onde quer que esteja, precisamos muito de vc Fernanda nagia, oque tem m dado forças é a mão d Senhor, e meu tesouro....”

A primeira postagem com um tom de clamor à Deus é do dia 20 de fevereiro, data em que a manicure desapareceu: “Oh Jesus louvado sejas por todos acontecimentos em minha vida, sejam positivos ou negativos.... Dá-me estrutura pra prevalecer as adversidades da vida......”




 Fonte: Estado de Minas

Um comentário:

luciano disse...

Mais uma morte.Novamente uma mulher perde a vida.Lamentavelmente...
Mesmo com leis que protegem as mulheres ,elas (as mulheres) são vítimas da violência,da estupidez,da
covardia,da bestialidade.
A sociedade jamais deve "aceitar" as violências praticadas contra a mulher.Não podemos nos conformar com esses crimes.