quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Minas Gerais vai fazer levantamento sobre tráfico de pessoas


Minas Gerais terá, até meados de 2014, um levantamento com dados das vítimas do tráfico de pessoas, autores, áreas e regiões do estado mais vulneráveis, entre outras informações pertinentes ao tema. 

A informação foi divulgada nesta terça-feira (29) pelo coordenador especial de Prevenção à Criminalidade da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Talles Andrade de Souza, durante a realização da I Capacitação em Tráfico de Pessoas para representantes do Sistema de Justiça e Segurança Pública.

De acordo com Talles Andrade, a licitação para contratação da empresa responsável pela realização da pesquisa já está em andamento. A empresa vencedora deverá buscar nos bancos de dados das instituições que representam o Sistema de Justiça e de Segurança Pública informações como inquéritos em andamento, sentenças e tipos penais. “O objetivo dessa análise é buscar informações que contribuam para nortear a atuação do Programa de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, lançado há cerca de um ano pela Seds e que reúne uma rede de instituições parceiras”, contou.

Segundo Talles Andrade, pesquisas feitas pelo Ministério da Justiça e pelo Escritório das Nações Unidas mostram que o tráfico de pessoas é um dos crimes mais rentáveis do mundo, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e de armas.  “Falamos do tráfico para fins de exploração laboral e sexual, adoção ilegal e tráfico para remoção de órgãos. Cada um desses tipos penais possui suas peculiaridades, por isso é fundamental que instituições que estão na linha de frente para o enfrentamento desses crimes tenham um alinhamento conceitual e possam criar estratégias de atuação e compartilhar informações, que é a finalidade da capacitação”, disse.       

Enfrentamento
A I Capacitação em Tráfico de Pessoas para representantes do Sistema de Justiça e Segurança Pública, realizada no auditório do Ministério Público Federal, em Belo Horizonte, é uma iniciativa da Seds, por meio da Coordenadoria Especial de Prevenção à Criminalidade (Cepec). O encontro reuniu representantes das polícias Civil, Militar e Federal, dos Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho e Emprego, Defensoria Pública, das Secretarias de Educação (SEE) e Saúde (SES).

Além do compartilhamento de informações, o encontro teve como objetivo, também, apresentar o Programa de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e algumas sentenças elaboradas por juízes sobre o tráfico de seres humanos, além de discutir reformas do Código Penal relacionadas ao tema.

O juiz de direito em Goiás, Rinaldo Aparecido Barros, um dos grandes especialistas na área, falou sobre a legislação do tráfico de pessoas no Brasil e sobre os caminhos jurídicos que ele tem utilizado para qualificar as intervenções no enfrentamento ao tráfico de pessoas.  “O enfrentamento ao tráfico de pessoas é um projeto que existe há três anos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nesse sentido, esta é uma oportunidade de somar esforços com as instituições para fazer um correto enfretamento sobre a perspectiva do judiciário, que atua basicamente na repressão ao crime. Um dos grandes problemas que temos hoje para o combate a esse crime é a legislação. O Poder Judiciário, por meio do CNJ, tem feito um trabalho junto ao Congresso Nacional para acelerar a modificação da legislação de modo a dar uma rede de proteção às vitimas prevendo, inclusive, uma modalidade única de tráfico de pessoas que abranja todas as formas de exploração sexual”, ressaltou.

Programa
O Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas é responsável por elaborar, implementar, executar, monitorar e avaliar ações, planos e projetos relacionados ao combate desse tipo de crime em Minas Gerais. O programa ainda atua na integração das instituições do poder público e da sociedade civil voltadas ao problema. A metodologia de trabalho é baseada em três eixos de atuação: prevenção, atenção às vítimas e aos seus familiares e repressão e responsabilização dos autores.


“O tráfico de pessoas não respeita limita de fronteiras. Há casos onde pessoas saem do Brasil para outros países, casos dentro do estado e também nos próprios municípios. Normalmente, as vítimas são pessoas mais vulneráveis socialmente e com muitos sonhos de realização e, com isso, são ludibriadas”, conclui o coordenador especial.

Fonte: www.agenciaminas.mg.gov.br

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