O que aconteceria se, de um dia para o outro, ficasse
comprovado que a famosa tensão pré-menstrual não passa de uma invenção das
nossas cabeças?
Por mais que o público feminino – e por que não incluir
também o masculino? – saiba muito bem quais são os sintomas da TPM, uma
pesquisadora da Nova Zelândia sugere que tudo o que sabemos sobre os efeitos
dos dias que antecedem a menstruação são apenas convenções que estão arraigadas
na sociedade.
De acordo com o jornal britânico The Daily Mail, a
pesquisadora Sarah Roman fez uma análise de diversos estudos do mundo todo que
tratavam da TPM e afirma que tais textos não comprovam que as variações de
humor das mulheres estejam relacionadas com as alterações hormonais que ocorrem
ao longo do mês. Outros estudos ainda apontam que as maiores alterações de
humor acontecem em outros momentos do mês em vez de ocorrerem logo antes do início
da menstruação.
Apesar dos sintomas psicológicos sentidos pelas mulheres
serem bastante reais, a Dra. Roman acredita que os principais causadores das
alterações de humor sejam o stress e a falta de ajuda, em vez das alterações
hormonais.
Conheça mitos e verdades sobre a TPM
O máximo que uma mulher pode fazer quando está sofrendo com
a Tensão Pré-Mentrual (TPM) é matar alguém”, diz, sorrindo, o empresário Fábio
Cordoval, 30. Porém, o ataque de nervos, os choros, a ansiedade que a TPM pode
gerar estão sendo questionados.
A despeito de
especialistas que defendem a existência do mal ou de mulheres que afirmem
sofrer os efeitos dessa síndrome, há quem defenda que todos estes sintomas
possam estar relacionados a uma construção cultural. Antes que digam, no
entanto, que é a mulher quem acha motivos para justificar a sua irritação, uma
observação: pesquisadores afirmam que toda esta história pode estar também
relacionada à postura masculina diante das pessoas do sexo feminino.
De acordo com a
psiquiatra Sarah Romans, pesquisadora da Universidade de Toronto, no Canadá, a
sociedade pode fazer com que a mulher, por ela mesma, associe seu mau humor ao
ciclo menstrual. Isto porque há, de acordo com ela, noções culturais muito
fortes que norteiam a visão de ambos os sexos acerca das mulheres. E os homens
sairiam ilesos quando o assunto é julgar as atitudes de uma pessoa por meio das
ações hormonais.
Especialista afirma
que TPM existe, apesar de suas causas ainda serem desconhecidas
Tais conclusões têm origem em uma pesquisa realizada por
Sarah e uma equipe de psicólogos e psiquiatras da Universidade de Toronto,
Canadá. Foram analisados 41 estudos e dezenas de artigos acerca da TPM. No
total, somente 13,5% dos estudos revelaram que a TPM, em suas expressões
emocionais, existe. Por que, então, tanta gente a tem como verdade
incontestável?
Hormônios
Talvez seja esta uma
explicação mais fácil ou até mesmo de quem não entende a extensão dos problemas
femininos. Se alguém irritou uma mulher, por exemplo, e ela se manifesta de uma
forma em que a raiva prevaleça, joga-se toda a culpa nela. Mas ninguém quer se
responsabilizar por tê-la deixado estressada. “Quando uma mulher mostra emoção,
as pessoas chegam à conclusão de que seu humor é resultado de seus hormônios e
não porque ela tem problemas externos que precisam de classificação”, defende
Sarah.
Na prática, toda esta história pode acabar virando uma
questão de crença para quem, por uma razão ou outra, não sofre com a TPM. “Um
homem nunca vai entender, de fato, o que acontece com as mulheres”, diz
Cordoval, 30. “Eu sei quando a minha esposa está sofrendo com a TPM porque ela
me avisa. Desta forma, prefiro ficar mais distante e não contrariá-la”, afirma.
“A TPM não é um mito”, defende a esposa de Cordoval, a
assistente de marketing Vanessa Cordoval, 30. “É algo biológico. Eu começo a
perceber a mudança no meu humor, na tolerância com as pessoas”. Vanessa conta
que começou a notar estes sintomas quando estava se aproximando dos 30 anos.
Para ela, se esta história de TPM fosse uma lenda, ela teria se manifestado
desde a adolescência, pois sempre ouviu falar acerca desta realidade. “É algo
complicado para a mulher, que pode acabar atrapalhando o relacionamento
interpessoal”, finaliza.
Fonte: O Tempo
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