sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Angola: Prostituição preocupa activistas do Sumbe


A cidade do Sumbe, capital da província do Kuanza-sul, foi palco do segundo encontro do projecto “Descobrir”, que tem como objectivo auscultar as preocupações das diferentes comunidades para junto das entidades competentes dar respostas às necessidades que mais assolam os munícipes.

O aumento da prostituição entre as jovens por falta de outras oportunidades de trabalho, o difícil acesso ao ensino e a necessidade de os novos projectos habitacionais serem inclusivos, foram duas das principais preocupações manifestadas no encontro, que decorreu entre os dia 7 e 8 deste mês, com a participação de diversos agentes sociais e culturais daquela cidade, com cerca de 218 mil habitantes.
Durante os dois dias de actividades, os participantes no certame discutiram temas como a proximidade dos serviços de saúde a zonas recônditas, fornecimento de energia eléctrica, que é débil em toda a circunscrição municipal, mais construção de infra-estruturas de ensino, edificação de centros de lazer e cultura para a juventude e ainda a problemática da prostituição que arrasta um grosso da juventude local.
Relativamente ao negócio do sexo, Matondo Zeferino, activista social da comuna do Ngangula, referiu que muitas meninas da sua circunscrição encontram na prostituição a forma de ganhar a vida porque a sociedade não lhes oferece outras oportunidades.
Segundo afirmou, a juventude da comuna do Ngangula debate-se com problemas de falta de emprego, difícil acesso ao sistema de ensino, falta de recriação e outros males que, na sua opinião, contribuem para o caminho da delinquência e da prostituição.
Ainda de acordo com aquele activista, por vergonha ou medo de represálias por parte dos familiares, as trabalhadoras do sexo exercem a actividade longe do Ngangula, tendo como ponto de referência a vila do Sumbe, onde há diversidade de clientes e onde trabalham com maior liberdade, por estarem longe dos olhos dos seus familiares e amigos.
De acordo com Matondo Zeferino, a maior parte das trabalhadoras do sexo tem menos de 18 anos e enfrenta o perigo das doenças sexualmente transmissíveis, para além de outras situações de risco.
Por sua vez, Afonso Bernardo, activista social do bairro do Chingo, afirmou que a sua zona carece de mais infra-estruturas sanitárias.
Segundo disse, os residentes daquela localidade vêem-se “à rasca” quando o assunto é o acesso aos serviços básicos de saúde.
Por falta de mais hospitais ou centros de saúde, muitos populares recorrem às casas de cura tradicionais, a fim de verem resolvidos os seus problemas, o que é “lamentável”, alertou Afonso Bernardo.
Conforme avançou, as doenças diarreicas, paludismo, tuberculose e anemias são as enfermidades que assolam, sem piedade, os moradores do bairro Chingo.

 
Fonte: angonoticias

 

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