quinta-feira, 3 de março de 2016

A Pastoral da Mulher na ALMG: Mulheres contra a Violência


 A Equipe da Pastoral da Mulher de BH, Unidade Oblata em MG, participou, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG),  do Ciclo de Debates “Dia Internacional da Mulher - Mulheres contra a Violência: Autonomia, Reconhecimento e Participação”. O evento faz parte das reflexões propostas pelo Legislativo mineiro a partir do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, para abordar os tipos de violência contra a mulher que vão além da agressão física.



Dentre os objetivos do evento, destaca-se a discussão acerca das diversas situações de violência que as mulheres enfrentam no dia a dia, com foco em questões relativas à raça, à orientação sexual, à faixa etária, à situação de privação de liberdade, às mulheres deficientes, às mulheres do campo e da floresta, às quilombolas e às profissionais do sexo. Foi abordada também a importância da desconstrução do machismo na sociedade brasileira para o enfrentamento da violência contra a mulher. A deputada Marília Campos (PT) acompanhou e participou ativamente neste Ciclo de debates, e ressaltou a campanha #NãoSeCale, adotada neste ano para convocar as mulheres à mobilização.


Os debates da manhã, coordenados pela deputada Geisa Teixeira (PT),  abordaram as questões de gênero nas escolas,  violência contra lésbicas, bissexuais e transexuais (LBT) e a violência contra prostitutas.

A subsecretária de Estado de Informação e Tecnologias Educacionais, Júnia Sales Pereira, falou sobre a violência e as questões de gênero nas escolas. Insistiu em não banalizar este fenômeno, dando o máximo apoio às vitimas e  em lutar contra  a  invisibilidade, registrando estes fatos , pois a violência contra a mulher foi silenciada historicamente e socialmente.
A representante, em Minas Gerais, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Anyky Lima explicou que  a violência contra este grupo social é constante, já que sofrem agressão nas ruas, são humilhadas, roubadas e muitas são assassinadas.

A psicóloga da Pastoral da Mulher de BH, Isabel C. Brandao participou do Painel “Violência contra as prostitutas”, contextualizando a problemática, e expondo como o estigma que sofre a mulher que exerce a prostituição é fonte de todo tipo de violências.  Posteriormente pudemos assistir ao vídeo produzido pelo projeto Diálogos pela Liberdade (promovido pela Pastoral  da Mulher de BH) , “Batom com preconceito – Comparando as putas com a gente?”. Neste vídeo de sensibilização apresenta-se um conflito cotidiano vivenciado pelas profissionais do sexo: a ocultação da atividade para manter-se preservada diante do olhar que julga e condena.

 A continuação abordou o tema  Maria Aparecida Menezes Vieira, coordenadora-geral da Associação das Prostitutas de Minas Gerais. Para ela a violência cometida contra as garotas e garotos de programa é invisível para a população. Ela  reclamou dos órgãos públicos, e em particular os de direitos humanos, que têm dificuldade para abraçar a causa das prostitutas. Insistiu em que a dificuldade procede de uma sociedade é conservadora e preconceituosa, o que torna a questão mais moral e religiosa que social ou jurídica.




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