quarta-feira, 9 de abril de 2014

Conferência para debater o tráfico de seres humanos começa no Vaticano

O encontro busca a "construção de uma rede eficaz de chefes da polícia que possam colaborar estritamente com a Igreja".

Uma conferência entre funcionários de alto escalão da Igreja e policiais de 20 países para combater o tráfico de seres humanos começou na quarta-feira (9/4) no Vaticano, na presença de vítimas. Esta conferência, convocada até quinta-feira, busca a "construção de uma rede eficaz de chefes da polícia que possam colaborar estreitamente com a Igreja", informou um comunicado na semana passada.

Autoridades do FBI, da Interpol e da Europol participarão da reunião, que é presidida pelo novo cardeal e arcebispo de Westminster, Vincent Nichols. O tráfico de seres humanos está, segundo a Unesco, no terceiro lugar entre os crimes cometidos na Nigéria, atrás da corrupção e do tráfico de drogas. Esta reunião responde a uma vontade do Papa argentino de combater concretamente os diferentes tráficos de seres humanos.

Os crimes cometidos por estas redes incluem tráfico de mulheres e crianças para o trabalho e a prostituição, imigrantes clandestinos, crianças soldados, fábricas, escravidão doméstica, tráfico de órgãos, entre outros. Segundo o Vaticano, que cita estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o tráfico ilegal de seres humanos gera lucros de 32 bilhões de dólares anuais e envolve 2,4 milhões de pessoas. Uma declaração global será adotada por todos os chefes de polícia presentes.

A Igreja, que acolhe as vítimas em suas redes de assistência, está informada diretamente sobre estes tráficos, como ocorre com a organização católica Caritas no México, que ajuda os imigrantes que tentam entrar nos Estados Unidos e são vítimas dos cartéis da droga. A Caritas também trabalha no Oriente Médio para lutar contra a escravidão doméstica da qual os asiáticos são vítimas e no Sinai redes católicas tentam resgatar imigrantes clandestinos africanos dos criminosos que os exploram, obrigando-os a trabalhar para eles, cobrando somas de dinheiro ou abusando sexualmente das mulheres.

Fonte: Globo

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