quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pesquisa sobre AIDS : o Brasil tem hoje 608.230 casos registrados


O Ministério da Saúde divulga que o Brasil tem hoje 608.230 casos registrados. Em 2010, foram notificados 34.218 casos da doença com taxa de incidência de 17,9 casos por 100 mil habitantes.

Diante de tal quadro, o que mais preocupa os especialistas é a forma com que a população e as unidades de saúde lidam com a população que vive com o vírus HIV. Essa foi a motivação dos estudos da médica de família Débora Carvalho Ferreira no desenvolvimento de sua dissertação de mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), sob orientação da diretora da Faculdade de Enfermagem, professora Girlene Alves da Silva. Por meio de estudos anteriores, Débora conviveu com a realidade dos portadores da doença e decidiu discutir as implicações das trajetórias individuais dessa doença na vida cotidiana dos pacientes.
Em seu trabalho intitulado “Itinerário terapêutico de pessoa convivendo com HIV” a mestranda teve a participação de pessoas com o diagnóstico de Aids, dos dois sexos e moradores de cidades vizinhas que vêm buscar tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) em Juiz de Fora.
Segundo Débora, os participantes da pesquisa responderam à entrevista destacaram “o impacto do diagnóstico, as reflexões sobre a doença, as estratégias de enfrentamento, as formas de buscar informações, as peregrinações e a forma de entrada no sistema de atendimento, as implicações do custo e acesso, a gestão do tratamento e a importância das relações de vínculo”, conta.
A médica acrescenta que o cenário escolhido foi o Serviço de Assistência Especializada da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz Fora e o ambulatório de Doença Infecto-Parasitárias do Hospital Universitário (HU).
Girlene ressalta a relevância do trabalho como um alicerce para os profissionais da saúde. “A pesquisa apresenta narrativas das vivências dos pacientes com HIV, lembrando que infelizmente ainda existe o preconceito e demonstrando que é possível conviver com a doença”, afirma.
De acordo com a professora, o trabalho de divulgação, combate e prevenção da Aids não pode ser pontual. “As campanhas precisam ser contínuas para formar gerações conscientes e, além disso, as unidades de saúde devem estar preparadas para receber os pacientes com HIV”. Girlene argumenta sobre a necessidade de uma mudança cultural no enfrentamento para acabar com o preconceito e facilitar o tratamento.
Um debate que surge a partir do estudo é a assistência nas Unidades de Assistência Primária em Saúde (UAPS). Muitas vezes, nestes locais, os profissionais não dão a atenção adequada aos pacientes que recebem com suspeita de Aids. “Isso dificilmente acontece nos ambulatórios especializados, onde há um preparo na estrutura de tratamento do portador do vírus”, diz Débora.
“É indispensável que o atendimento primário seja eficiente para que oriente os tratamentos secundários e terciários. O que resulta em diminuição das filas de espera e do sofrimento do paciente, e, além disso, facilita o trabalho nestas unidades”, considera Girlene. Ela acredita que as UAPS devem ser vistas pela sociedade, profissionais da saúde e principalmente pelos gestores, como a porta de entrada para os pacientes no SUS.
A qualificação de Débora acontece nesta sexta (2), às 15h, na sala 122 da Faculdade de Medicina, no prédio do Centro de Ciências em Saúde (CCS).
Residentes do HU participam de campanha de conscientização
Os residentes de Fisioterapia, Psicologia, Farmácia, Serviço Social, Nutrição, Enfermagem e Educação Física do Programa de Residência Multiprofissional do Hospital Universitário da UFJF participam da campanha de conscientização que marcará o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS em Juiz de Fora.
A ação promovida pela Secretaria de Saúde através do Programa de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e será realizada nesta quinta (1º) entre às 9h e às 17h em frente ao Cine-Theatro Central.
Durante o dia acontece ainda um mutirão de testagem de HIV, sífilis e hepatites virais, no PAM Marechal, além de palestras em diversos pontos da cidade e distribuição de 50 mil preservativos.
Fonte:  www.ufjf.br

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