terça-feira, 25 de novembro de 2014

1 em cada 3 mulheres no mundo sofre violência conjugal, diz OMS

Uma em cada três mulheres no mundo é vítima de violência conjugal, informou nesta sexta-feira, 21, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em uma série de estudos publicados na revista The Lancet. Mesmo com uma atenção maior ao tema nos últimos anos, a violência contra mulheres e meninas ainda continua em "níveis inaceitáveis". 

No documento, a organização considera que os esforços realizados são insuficientes.

No mundo, entre 100 e 140 milhões de jovens e mulheres sofreram mutilações genitais e cerca de 70 milhões de meninas se casaram antes dos 18 anos - frequentemente sem a sua vontade. Além disso, 7% das mulheres correm riscos de serem vítimas de casos de violência sexual ao longo da vida.

A OMS afirma que esse tipo de violência, "exacerbada durante os conflitos e crises humanitárias", tem consequências dramáticas para a saúde mental e física das vítimas.

"Nenhuma varinha mágica vai poder suprimir a violência contra as mulheres. Mas temos provas de que são possíveis mudanças em termos de mentalidade e comportamento. Isso pode ser realizado em menos de uma geração", explicou Charlotte Watts, professora da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Entre as medidas que podem ser adotadas, a organização pede maior investimento por parte dos Estados e de doadores para diminuir a discriminação contra mulheres. O estudo destaca que o cenário não se trata apenas de um problema social e criminal, mas também de um assunto de saúde pública.

"A área de saúde precisa ser o primeiro contato com uma mulher vítima de violência física necessita", afirmou a doutora Claudia García Moreno, responsável pela investigação de violência contra mulheres na OMS.
Recomendações. O estudo sugere aos gestores públicos, médicos e órgãos internacionais traz cinco recomendações para acelerar os esforços contra a violência. Os Estados deveriam reservar mais recursos para o combate da agressão, tornando o assunto prioridade e reconhecendo que se trata de um problema para o desenvolvimento e acesso à saúde.

Ao mesmo tempo, todos os elementos que perpetuam a discriminação entre sexos, como leis e instituições, deveriam ser eliminados. A promoção da igualdade, os comportamentos não violentos e a não estigmatização das vítimas é uma necessidade, segundo os pesquisadores. Além disso, devem ser criadas leis preventivas em saúde, segurança, educação e justiça, que permitirão uma evolução das mentalidades e ações.

Por último, a OMS pede que os países priorizem os estudos de mapeamento da violência e ponham em prática com maior rapidez as medidas se revelem mais eficazes na luta contra a discriminação entre sexos.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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