domingo, 3 de novembro de 2013

Para Jesus não há casos perdidos

Jesus alerta com frequência sobre o risco de ficar preso pela atração irresistível ao dinheiro. O desejo insaciável de bem-estar material pode arruinar a vida de uma pessoa. Não faz falta ser muito rico. Quem vive escravo do dinheiro acaba encerrado em si mesmo. Os outros não contam. Segundo Jesus, “onde estiver o vosso tesouro, ali estará o vosso coração”.


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 19,1-10 que corresponde ao 31º Domingo do Tempo Ordinário, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto. No Brasil, as leituras correspondem à Festa de Todos os Santos e Santas transferida do dia 01 para o dia 03 de novembro.
Eis o texto

Jesus alerta com frequência sobre o risco de ficar preso pela atração irresistível ao dinheiro. O desejo insaciável de bem-estar material pode arruinar a vida de uma pessoa. Não faz falta ser muito rico. Quem vive escravo do dinheiro acaba encerrado em si mesmo. Os outros não contam. Segundo Jesus, “onde estiver o vosso tesouro, ali estará o vosso coração”.

Esta visão do perigo desumanizador do dinheiro não é um recurso do Profeta indignado da Galileia. Diferentes estudos analisam o poder do dinheiro como uma força ligada a instintos profundos de autoproteção, busca de segurança e medo da caducidade da nossa existência.


No entanto, para Jesus, a atração do dinheiro não é uma espécie de doença incurável. É possível liberar-se da sua escravidão e começar uma vida mais sã. O rico não é “um caso perdido”. É muito esclarecedor o relato de Lucas sobre o encontro de Jesus com um homem rico de Jericó.

Ao atravessar a cidade, Jesus encontra-se com uma situação curiosa. Um homem de pequena estatura subiu em uma figueira para poder vê-Lo de perto. Não é desconhecido. Trata-se de um rico, poderoso “chefe de cobradores”. Para as pessoas de Jericó, um ser desprezível, um cobrador corrupto e sem escrúpulos como quase todos. Para os setores religiosos, “um pecador” sem conversão possível, excluído de toda a salvação.

No entanto, Jesus faz-lhe uma proposta surpreendente: “Zaqueu, desce depressa porque tenho que alojar-me em tua casa.” Jesus quer ser acolhido na sua casa de pecador, no mundo de dinheiro e de poder deste homem desprezado por todos. Zaqueu desceu imediatamente e recebeu-O com alegria. Não tem medo de deixar entrar na sua vida o Defensor dos pobres.

Lucas não explica o que sucedeu naquela casa. Só diz que o contato com Jesus transformou radicalmente o rico Zaqueu. O seu compromisso é firme. De agora em diante pensará nos pobres: partilhará com eles os seus bens. Recordará também as vítimas de que abusou: devolverá com juros o que roubou. Jesus introduziu na sua vida justiça e amor solidário.

O relato é concluído com palavras admiráveis de Jesus: “Hoje entrou a salvação nesta casa. Também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”. Também os ricos se podem converter. Com Jesus tudo é possível. Ninguém o deve esquecer. Ele veio para procurar e salvar o que nós podemos estar deitando a perder. Para Jesus não há casos perdidos.

Fonte: Ihu

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