quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Fotógrafo adentra mundo da prostituição legalizada nos EUA


Mais que a mera curiosidade sobre o mundo da prostituição, o fotógrafo aposta que o trunfo do seu trabalho é o questionamento de pensamentos tradicionais sobre a prostituição.


O fotógrafo Marc McAndrews estava em uma de suas viagens pelos Estados Unidos quando, conversando com pessoas em Lovelock, Nevada, alguém perguntou se ele já havia estado em um bordel. Alguns dias depois, McAndrews retornou para seu apartamento em Nova York, e o questionamento seguiu com ele, que decidiu transformá-lo em um projeto de fotografia.

O resultado foi uma jornada de cinco anos adentrando o mundo dos bordéis de Nevada, o único Estado americano onde a prostituição é legalizada (desde que praticada em bordéis, isto é, não na rua). "Na primeira vez que fui para Nevada (fazer as fotos) eu achei que seria somente uma viagem e que eu acabaria publicando o material como em uma revista ou talvez uma exibição. Quando eu voltei para Nova York (no entanto), o trabalho recebeu uma reposta tão positiva que eu decidi retornar várias vezes", conta o fotógrafo, cujo trabalho está publicado no livro Nevada Rose (Ed. Umbrage).


McAndrews conta que, por ser homem, enfrentou certa resistência no início do projeto, quando era ainda visto com suspeita pelos donos dos bordéis. Mas, com o passar do tempo, pôde não apenas mostrar a natureza de seu trabalho como também se aproximar da intimidade das prostitutas e dos clientes. Isso acabou por mudar o próprio objetivo do projeto. "Inicialmente, eu estava somente fotografando mulheres, os palcos e os quartos, mas, à medida que eu passava mais tempo lá, comecei a fotografar os detalhes, as lavanderias, e todos os lugares e coisas sobre os quais geralmente não pensamos quando pensamos em um bordel."


Mais que a mera curiosidade sobre o mundo da prostituição, o fotógrafo aposta que o trunfo do seu trabalho é o questionamento de pensamentos tradicionais sobre a prostituição. "Muitas das imagens que vemos sobre prostituição ilegal e prostituição de rua são muito distorcidas. Nas ruas há cafetões e drogas e coisas que mantêm as mulheres presas e sem controle sobre si mesmas. Já nos bordéis há proteção legal e as mulheres são trabalhadoras independentes negociando seus próprios valores e o que irão ou não fazer", conta.

 Seu trabalho, defende, não representa uma defesa ou uma divulgação da prostituição, mas uma mostra de que a legislação, ainda que não perfeita, é o melhor modo de proteger as mulheres que optam por este caminho profissional. "Eu decidi sair para compor um material nos bordéis legais e retornei com a experiência de que a proteção para as 'funcionárias do sexo' é importante, e que a legalização é, a esta altura, o melhor mode de se obter isso."

Fonte: Terra

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