quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

'Brasileiras nunca se veem como vítimas', diz mulher que ajuda traficadas


Brasileira que foi vítima da escravidão sexual continua na Espanha para ajudar outras brasileiras que, assim como ela, foram para o país enganadas.

Poucas brasileiras já foram resgatadas da escravidão sexual. É difícil saber quantas passaram por isso e o que aconteceu com elas, também. Uma brasileira que passou por tudo isso continua na Espanha e agora trabalha para ajudar outras brasileiras que, assim como ela, foram para o país enganadas. Para não ser identificada, ela é chamada de Juanita pela nossa reportagem. Juanita deu depoimento ao Fantástico revelando como é ação das quadrilhas que aliciam mulheres e o que passou no país enquanto foi vítima do tráfico.

Ela conta que as mulheres que acabam vítimas da exploração sexual vão para a Espanha com a esperança de conseguir um emprego, mas acabam endividadas, sem documentação e nas mãos dos criminosos. Segundo a testemunha, a mulher só é útil para as quadrilhas por um período de cinco a seis meses, quando são substituídas por outras. “Você já não interessa mais e jogam fora. Terminou de pagar a dívida, para eles não interessa”, explica.

 Juanita agora trabalha com agente social utilizando a própria experiência que teve e o próprio exemplo para identificar e ajudar essas mulheres: “A gente diz que tem alternativa. As brasileiras nunca se veem como vítimas. Elas dizem que estão lá porque querem, como eles as obrigam a falar”, lembra.

 E faz alerta para quem tem a ilusão de buscar trabalho na Espanha sem documentação legal: “Não tem trabalho. O destino das brasileiras que vêm pra Espanha sem documentação é a prostituição”.
Fonte: Globo

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