sábado, 18 de agosto de 2012

Desastres naturais matam mais mulheres no mundo


Mulheres e meninas são as maiores vítimas de furacões, terremotos, tsunamis, inundações e outros eventos extremos, climáticos ou não. Elas representam de 68% a 89% das mortes que ocorrem nesses fenômenos no mundo todo. As mulheres são 72% das pessoas que vivem em condições de extrema pobreza o que as torna mais vulneráveis em situações de desastres.



Há mais de dez anos a médica e ecologista Ursula Oswald Spring, da Universidade Nacional Autônoma do México, tenta descobrir os motivos. Há várias razões - desde o abandono do companheiro ao uso de roupas longas, como burcas, que limitam seu movimento em momentos urgentes. "O papel das mulheres é o de cuidar, então salvam filhos, pais e animais e não enxergam o risco que correm", diz.

Os dados foram apresentados ontem, em São Paulo, no seminário "Gerenciando Extremos Climáticos e Desastres na América Latina e no Caribe", que repercute os resultados de um relatório especial do IPCC, o braço científico das Nações Unidas. No evento, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), discutiu-se como os países podem se adaptar aos impactos da mudança climática.

A tendência é estudar o cruzamento de eventos extremos com o grau de vulnerabilidade da região, explicou José Marengo, do Inpe. Ele lembrou que, na última seca no Nordeste, o governo enviou cestas básicas aos habitantes - o que não representa um esforço de adaptação à mudança climática. "A seca no Nordeste é algo que não podemos combater, temos que aprender a conviver com ela", explicou.

Fonte:  Daniela Chiaretti, no jornal Valor, 17-08-2012.

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