segunda-feira, 16 de julho de 2012

Faltam estrutura e pessoal para atender mulheres agredidas na Bahia


Na capital, milhares de processos e de inquéritos estão parados. No interior, faltam unidades especializadas. No sistema prisional, detentas são desrespeitadas, sobretudo as grávidas.

O déficit de funcionários e equipamentos compromete o atendimento de mulheres em situação de violência na Bahia, constatou, em diligências e audiência pública no estado, a comissão parlamentar mista de inquérito (CPI) que investiga violência contra mulheres.
— Não conheço uma única das 17 varas criminais de Salvador com mais de 2.500 processos, mas na Vara Especializada de Atendimento às Mulheres da cidade tramitam mais de 12 mil processos de vítimas de violência — afirmou a juíza auxiliar Eliene Simone Oliveira. Para ela, a pequena quantidade de pessoal é o principal obstáculo para a execução das medidas protetivas.
— São situações graves, que precisam ser resolvidas com urgência — disse Ana Rita (PT-ES), relatora da CPI.
 Na Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) de Salvador, 8 mil ­inquéritos estão parados. A média diária de atendimento na unidade é de 30 mulheres. O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa, disse que o estado tem contratado mais policiais, mas não precisou quantos serão destinados às Deams.
No sul do estado, o Judiciário não mantém varas especializadas, apesar de Porto Seguro, na região, ser a terceira cidade do país em homicídios de mulheres.
A CPI recebeu denúncia de que apenas de 6% a 8% dos inquéritos abertos nas delegacias chegam ao Ministério Público. Também de que, no sistema prisional, detentas, em especial as grávidas, não teriam os direitos respeitados.
 A CPI já passou por Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Alagoas, Espírito Santo, Paraná e São Paulo.
Fonte: Agência Senado

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