Os bispos alemães rejeitaram as reivindicações relativas ao acesso das mulheres ao diaconato, reavivando as tensões entre bispos e leigos na Alemanha.
O padre Hans Langendörfer, secretário da Conferência Episcopal da Alemanha em Bonn, refutou os argumentos do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZDK), que adotou uma resolução nesse sentido na sexta-feira, 18 novembro, durante a sua assembleia geral de outono, em Bonn.
O padre Langendörfer expressou um profundo pesar pela decisão do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZDK), a mais poderosa organização de leigos na Alemanha. Ele definiu essa reivindicação de um "pesado fardo" para o diálogo interno da Igreja. Ele reconheceu que Dom Robert Zollitsch, arcebispo de Friburgo, e presidente da Conferência Episcopal Alemã, encorajou o diálogo e disse que não deve haver proibições para as reflexões do processo de diálogo. Mas, para o padre Langendörfer, a resolução do ZDK aumenta a pressão e atinge o processo de diálogo entre os bispos e o ZDK.
No sábado, 19 de novembro, o presidente do ZDK, Alois Glück, rebateu essa crítica. "É nosso dever fazer com que tais demandas sejam ouvidas", respondeu, durante a assembleia geral do ZDK em Bonn. Ele lamentou que Conferência Episcopal Alemã, com as suas críticas, tenha abandonado as posições que ela mesma tinha adotado há muito tempo. Na verdade, apontou, já são 30 anos que os bispos alemães haviam convidado a realizar um exame teológico da questão do diaconato feminino.
Na sexta-feira passada, depois de ardentes debates, o ZDK votou uma resolução que pede o acesso das mulheres ao diaconato. Os delegados também convidaram os fiéis católicos a se unirem à rede "diaconato da mulher". Os delegados lembraram que a diaconia na Igreja é exercida de várias formas pelas mulheres, razão pela qual as diaconisas são indispensáveis.
O Comitê Central dos Católicos Alemães destaca a necessidade de uma mudança de "mentalidade e de estruturas" dentro da Igreja. No que se refere ao acesso das mulheres ao sacerdócio, o ZDK quer continuar as discussões sobre a questão dos ministérios e manter aberto o debate teológico sobre essa questão. As posições defendidas pelo Comitê Central foram adotadas por 129 delegados contra 16 e 7 abstenções.
O ZDK constata ainda que a proporção das mulheres nos órgãos de decisão da diocese – nos quais não é necessária a ordenação sacerdotal – ainda é geralmente muito fraca e que continua o hábito de colocar padres exclusivamente nesses lugares. Essa prática deve ser mudada, defende o ZDK, e, nesse caso, as mulheres deveriam ter as mesmas chances dos homens, em particular no setor da gestão financeira das dioceses ou no âmbito da pesquisa teológica e do ensino da teologia.
Essas reivindicações foram amplamente defendidas pelos leigos alemães. A Comunidade das Mulheres Católicas da Alemanha (KFD) já havia pedido, em julho passado, a introdução do diaconato para as mulheres.
Ao contrário do presbiterado, o diaconato feminino poderia "ser rapidamente aceito", declarou Anna Maria Mette, vice-presidente da KFD, durante a jornada das mulheres da diocese de Münster sobre o tema "Verdadeiramente mulheres". Ela também pediu que as mulheres tivessem um maior acesso às funções de direção na Igreja e pudessem contribuir para a formação dos padres.
Fonte: ihu
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