quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mulheres cobram recursos para políticas visando igualdade política e social

Cerca de 90 mulheres de 24 estados brasileiros, representantes da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), realizam encontro em Brasília para discutir a implementação de políticas públicas que visem à igualdade de gênero. Para isso, elas já se reuniram com a bancada feminina da Câmara dos Deputados para exigir que o Plano Plurianual de Investimentos (PPA) contemple recursos para diversos segmentos, com foco na democratização da gestão pública voltada para questões feministas.Como resultado das reivindicações, as bancadas femininas da Câmara e do Senado vão pedir, dia 14 de setembro, às ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e de Relações Institucionais, Ideli Salvati, apoio para que sejam destinados no PPA 2012-2015 mais recursos para as políticas públicas voltadas para as mulheres.


O encontro foi anunciado pela coordenadora da bancada da Câmara, Janete Pietá (PT-SP), que participou de reunião nesta tarde com representantes da AMB. Guacira César de Oliveira, uma das integrantes do movimento, afirmou que a luta é por mais recursos para combater a violência contra as mulheres e a mortalidade materno-infantil.


Ela lamentou o corte de recursos no PPA 2012-2015 em três secretarias do governo federal, a de Direitos Humanos, a de Políticas para as Mulheres e a de Igualdade Racial. “A redução de recursos é inaceitável, pois a solução do problema da desigualdade tem de ser prioridade do Executivo. Diminuir esses gastos é se negar a fazer esse enfrentamento, é um sintoma de que a desigualdade de gênero não está sendo combatida no País”, afirmou.

Guacira de Oliveira, que é socióloga do colegiado de gestão do Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria) e integrante da AMB e do Fórum de Mulheres do Distrito Federal, destaca ainda que as mulheres querem mais equilíbrio na sua representação no processo político, o que pode ficar previsto na reforma política. Segundo ela, a destinação de mais recursos para uma série de setores poderá resultar em maior proteção para a mulher, como na área da segurança pública.

A democratização da participação da mulher na política e nas decisões da sociedade, de acordo com a socióloga, só pode ocorrer “com uma mudança ampla de mentalidade, que passa até mesmo pela formação de recursos humanos em diversos setores assistenciais”.

As propostas serão discutidas também na Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que deve ocorrer entre os dias 12 e 15 de dezembro. Até lá, estão previstos diversos seminários municipais que também vão trazer sua contribuição.

Fonte: revistaafricas.com.br

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