Exposição do corpo feminino de forma acentuada, mulheres mostradas apenas como frágeis, doces e românticas ou como simples objeto de desejo masculino. Esses são exemplos de situações sexistas observadas em alguns anúncios publicitários. O tema foi lembrado o passado dia 14 por organizações feministas por ocasião do Dia Internacional da Imagem da Mulher nos Meios de Comunicação.
Em um documento publicado no sítio da Federação de Mulheres Progressistas, por exemplo, as feministas chamam a atenção para propagandas em que as mulheres aparecem como público exclusivo, mesmo que o produto seja para uso masculino e feminino. Outro caso de anúncio sexista é aquele em que a mulher é invisível, ou seja, a propaganda utiliza apenas o masculino para se referir aos dois gêneros.
Para elas, também são exemplos típicos de anúncios sexistas aqueles em que as mulheres são: retratadas como dependentes e sustentadas por um homem; abordadas somente como mães, esposas e donas de casa; representadas como femininas, doces e carinhosas ou, no extremo oposto, como chatas, invejosas, mandonas e fofoqueiras, reforçando, dessa forma, estereótipos; valorizadas apenas pela beleza física; ou mostradas em profissões ou cargos inferiores aos dos homens.
Para evitar situações desse tipo, a Federação sugere que as agências de propaganda criem manuais de estilo com perspectiva de gênero e utilize ações como: não utilizar o masculino para englobar os dois gêneros, utilizar termos comuns para o masculino e o feminino, evitar a subordinação do gênero feminino e o uso exclusivo do masculino para se referir a determinados cargos, principalmente quando desempenhados por mulheres, e substituir a palavra escrita em um gênero pelo oposto para saber se a frase é ofensiva para algum dos dois.
14 de setembro
O Dia Internacional da Imagem da Mulher nos Meios de Comunicação foi celebrado o dia 14 em várias partes do mundo. A data foi instituída durante do V Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em 1990, em San Bernardo, Argentina.
A escolha do dia foi para homenagear o programa Viva Maria, que entrou no ar pela Rádio Nacional de Brasília (Brasil) no dia 14 de setembro de 1981. Comandado pela radialista Mara Régia di Perna, o programa discutia questões feministas e abriu espaço para o movimento de mulheres.
Dentre as lutas feministas visibilizadas pelo programa estavam: a criação da primeira delegacia de Atendimento da Mulher de Brasília, e o incentivo à amamentação materna. Viva Maria permaneceu no ar até maio de 1990, quando a radialista Mara Régia foi demitida por Fernando Collor de Mello, então presidente do Brasil, quem a considerava como uma "liderança negativa”.
O documento da Federação de Mulheres Progressistas sobre a imagem da mulher está disponível em: http://www.fmujeresprogresistas.org/feminismo5.htm
Fonte: adital
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