Várias associações de defesa dos direitos das mulheres e dos imigrantes subscreveram um manifesto, divulgado nas redes sociais e nos 'sites' das organizações, contra a discriminação e o preconceito de que as mulheres brasileiras têm sido alvo em Portugal.
Em declarações à Agência Lusa, a presidente da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), uma das organizações subscritoras, explicou que o manifesto surge por se ter verificado uma situação generalizada de discriminação das mulheres imigrantes, mas especificamente das mulheres brasileiras, "que são alvo de assédio e de objetificação".
"Sabemos que de alguns anos a esta parte, as mulheres brasileiras são imediatamente conotadas, pelo facto de serem brasileiras, com serviços ou profissões de trabalho sexual ou prostituição", sublinhou Maria José de Sousa Magalhães.
A presidente da UMAR defendeu que "ninguém tem o direito de assumir que uma mulher, seja ela quem for, é automaticamente uma prostituta" e apontou que nesta matéria as mulheres brasileiras "são o extremo da objetificação".
"As mulheres brasileiras, por razões que nós conhecemos do ponto de vista histórico recente e sociológico, têm sido alvo de uma discriminação permanente", denunciou.
Maria José Magalhães disse ter conhecimento de várias situações em que essa discriminação ocorreu.
"Temos situações de investigadoras que vêm, às vezes até acompanhadas pelo marido, e basta no restaurante abrirem a boca e ver que têm sotaque brasileiro e são imediatamente mal tratadas, alvo de discriminação ou impropérios", revelou.
As associações subscritoras do manifesto querem que as autoridades portuguesas cumpram e façam cumprir a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres e lembram o memorando de entendimento assinado entre Portugal e Brasil para a promoção da igualdade de género.
A presidente da UMAR disse que o objetivo é que o manifesto chegue às "autoridades competentes" que podem ter um papel na mudança desta atitude e que as várias organizações subscritoras vão reunir-se para decidir o próximo passo a seguir.
As organizações que apoiam e subscrevem o manifesto são a Associação ComuniDária -- comunidade solidária à pessoa imigrante, a UMAR, o Movimento SlutWalk Lisboa e a Coordenação Portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres.
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