quinta-feira, 8 de maio de 2014

Líder nigeriano promete vender as mais de 200 estudantes sequestradas


Um senador nigeriano disse que o governo precisa de ajuda internacional para resgatar as mais de 200 meninas sequestradas há duas semanas. “Custe o que custar. até buscar ajuda internacional para garantir que essas meninas sejam libertadas”, disse Ali Ndume. “Quanto mais o tempo passa, menores as chances de encontrá-las e mais traumatizadas elas e as famílias ficam”, completou.

Cerca de 50 das meninas conseguiram fugir do Boko Haram nos primeiros dias do sequestro, mas 220 continuam desaparecidas, segundo a escola de meninas Chibok. Elas tem idades entre 16 e 18 anos e estavam na escola para uma prova de Física.

O sequestro em massa aconteceu depois de uma grande explosão em Abuja, capital da Nigéria, que matou 75 e feriu 141. O fracasso em resgatar as meninas é um constrangimento para o governo e o Exército da Nigéria, já criticados pela incapacidade de frear o fundamentalismo que cresceu nos últimos cinco anos no país. Mais de 1.500 pessoas morreram vítimas de insurgência este ano, em comparação a uma estimativa de 3.600 entre 2010 e 2013.




  
"Eu sequestrei vossas meninas. Por Alá que as venderei no mercado", disse Shekau.

O líder do grupo islamita nigeriano Boko Haram, Abubakar Shekau, prometeu vender as mais de 200 meninas sequestradas no norte da Nigéria há três semanas, em um vídeo obtido nesta segunda-feira pela agência France Presse.
Mas a brutalidade da ação na escola chocou os nigerianos, já acostumados há muito tempo a ouvir falar de atrocidades relacionadas a insurgência islamista que dura cinco anos e está cada vez mais sangrenta. O Boko Haram é agora visto como a principal ameaça de segurança à Nigéria, principal produtor energia da África
Informações da imprensa afirmam que algumas das 223 estudantes sequestradas já foram vendidas como esposas na fronteira com Chade e Camarões a preços irrisórios (US$ 12).
"Eu disse que a educação ocidental deve parar. Vocês, meninas, devem deixar a escola e se casar" acrescentou Shekau, que indicou manter as "pessoas como escravas".
No vídeo, Shekau aparece em uniforme militar e de pé diante de um veículo blindado e de duas pick-ups nas quais estão metralhadoras.
A imagem está tremida, mas é possível ver claramente o rosto do líder islâmico, falando em hausa, árabe e inglês.

Durante os primeiros 14 minutos, Shekau critica a democracia, a educação ocidental e aqueles que não acreditam no Islã.
O Boko Haram, cujo nome significa "A educação ocidental é pecaminosa" em hausa, reivindica a criação de um Estado islâmico no norte da Nigéria.
O grupo extremista deixou milhares de mortos desde o início do levante, em 2009, em ataques contra escolas, igrejas, mesquitas e símbolos do Estado e das forças de ordem.
Mas este sequestro em massa de meninas é o ataque mais chocante desde o surgimento deste movimento.

Fonte: Globo

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