quarta-feira, 27 de novembro de 2013

CPI sobre exploração sexual ouve mães de adolescentes desaparecidas no Rio

Mães de meninas desaparecidas no estado do Rio de Janeiro participaram de audiência pública o dia 25 na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

A portas fechadas, elas prestaram informações à comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Federal, que investiga denúncia de exploração sexual de crianças e adolescentes.

As mães de cerca de dez adolescentes desaparecidas em circunstâncias semelhantes falaram para a presidenta da CPI, deputada Erika Kokay (PT-DF) e para a relatora, deputada Lilian Sá (Pros-RJ). A suspeita da Promotoria Criminal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro é que os casos estejam relacionados e tenham um suspeito em comum, sob investigação.

Também nesse dia, membros da CPI foram ao Tribunal de Justiça do Rio para ouvir o desembargador Paulo Rangel. Ele é o responsável por analisar recurso pedindo a prisão do suspeito.

Antes da audiência, a presidenta do Portal Kids – organização não governamental que acompanha os casos, Waltéa Ferrão, disse que a Polícia Civil no Rio já concluiu as investigações, mas preferiu não dar detalhes dos desaparecimentos, para não prejudicar os processos. Segundo ela, um dossiê com mais de 40 páginas aponta casos de exploração sexual, tráfico de órgãos e de pessoas.

“Eram meninas de famílias estruturadas, com quartinho montado, acostumadas a obedecer aos pais e que estudavam. Normalmente meninas negras, mas não todas, que não tinham nem menstruado”, disse Waltéa. Ela cobrou que os casos sejam assumidos pela Polícia Federal. “As mães contam que delegacias rejeitam as denúncias porque não fazem investigações em caso de pobres”, declarou.

Entre os casos está o da menina Larissa Gonçalves Dias, de 11 anos, sequestrada em São Cristóvão, zona norte do Rio, em 2008, além de Larissa Andrade de Souza, de 9 anos, que sumiu em 2007.

Para as mães a CPI é uma forma de  buscar justiça. Raquel Gonçalves, diz que não vai desistir de buscar sua filha Larissa, desaparecida há cinco anos.

— Eles têm que me entregar minha filha. São cinco anos de busca, de idas e vindas, de portas fechadas. Não vou desistir até achar a Larissa ou encontrar o corpo. Não quero certidão de óbito. Quero saber o que aconteceu.

De acordo com a relatora da CPI, deputada Lilian Sá (Pros-RJ) há diversos casos de desaparecimento de meninas no Rio sem solução.

— Somem duas três meninas por ano no Rio, com o mesmo tipo físico, do mesmo jeitinho, e isso merece uma grande investigação.


Fonte: Agência Brasil

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