sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Manifestações em todo o país devem marcar 07 de setembro de 2013

Pela movimentação que está ocorrendo nas redes sociais, o Dia da Independência do Brasil, neste sábado, 07 de setembro, promete reviver o auge das manifestações que tomaram as ruas do país em junho deste ano. 


A maior delas aparentemente, organizada pelo movimento Anonymous, o que favorece uma série de especulações de que se trataria de um movimento de direita, ligado a partidos políticos, golpista, anarquista e mesmo comunista, chamada Operação 07 de Setembro (OP7), já conta com a confirmação de quase 390 mil entre mais de 5 milhões pessoas convidadas. Por meio de convocações nas redes sociais, cerca de 140 cidades de 26 estados estão organizando protestos, sendo a maioria no Estado de São Paulo e uma no exterior, em Christchurch, na Nova Zelândia. Apenas o Maranhão não confirmou sua participação na Operação.


Na página da OP7 no Facebook, os organizadores, identificados apenas como Anonymous, reforçam que as atividades são suprapartidárias. "A OP7 recebe acusações de todos os lados, alguns dizem que ela é de direita, outros dizem que é de esquerda, dizem que é ligada a partidos, dizem que desejamos intervenção militar e outros dizem que desejamos um golpe comunista. Essa pluralidade de acusações contraditórias só vem confirmar a falsidade de todas elas”, enfatizam. O fato é que grande parte das postagens dos participantes do evento tem um teor claramente contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e a presidenta Dilma Rousseff.


De forma um tanto contraditória, ao mesmo tempo em que os organizadores afirmam que todos os partidos podem se identificar com as causas dos protestos, nenhum pode ser considerado dono das mesmas, e se houver alguma bandeira, que seja as das reivindicações populares. Há ainda uma orientação de que não haja rejeição contra os partidos durante os protestos. Além disso, "qualquer ato fascista ou conclamando um golpe militar, que disfarçadamente é chamado de intervenção militar, não faz parte da real ideia da Operação Sete de Setembro. A Operação não é de esquerda, direita ou centro, não tem partidos, não tem bandeiras, não tem siglas”, ressaltam.

As pautas que serão levadas à OP7 foram escolhidas em votação aberta com os participantes da página do evento no Facebook. São as seguintes: prisão dos mensaleiros, em referência ao julgamento da Ação Penal 470, conhecida como Mensalão, que condenou 25 pessoas, entre elas nomes do alto escalão do PT, como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares; nova redação para o art. 45 da Constituição Federal, que limita em 250 o número de deputados que integram a Câmara Federal e cria normas para que nenhuma unidade da Federação fique com menos de quatro ou mais de 30 representantes; reforma tributária; fim do voto obrigatório; e aprovação do Projeto de Lei que cria o Plano Nacional de Educação (PNE).


Altamiro Borges, jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, alerta em artigo que a OP7 pode estar sendo articulada por grupos direitistas. Para ele, a movimentação não tem nada de "espontânea”, como pregam os organizadores. "A página do grupo é bem profissional – com um vídeo incendiário, áudios e outros recursos multimídias”, que podem inclusive ser baixados para reprodução, como panfletos e folders.

Numa outra trincheira, os black blocs, de tendência anarquista e que preferem não ser reconhecidos como grupo ou movimento, e sim como uma tática de manifestação, também convocam seus seguidores para se juntarem aos protestos do dia 07 de setembro. A participação dos black blocs, com suas máscaras e táticas de guerrilha, promete aumentar a tensão entre manifestantes e polícia. Em vídeo divulgado nas redes sociais, um dos integrantes convida para os protestos e alerta que só haja conflito se for em reação a uma possível manifestação violenta por parte da polícia.

Não à toa, o governo já vem se preparando para lidar com as manifestações, em especial com a OP7, convocada pelo movimento Anonymous. Segundo informações da imprensa, a inteligência governamental acompanha de perto a movimentação em torno dos organizadores dos protestos. A grande preocupação se justifica pela queda brusca na aprovação do governo da presidenta Dilma após as manifestações ocorridas em junho. Em Brasília, deverá haver ações de protesto durante o tradicional desfile da Independência, cuja não presença da presidenta já foi inclusive cogitada. Haverá reforço da segurança.

Entre os grupos que convocam a população para os protestos do dia 07 de setembro, além do Anonymous e Black blocs, há o Fidare (Filhos da Revolução), que seriam ligados ao Anonymous; o Brazil no Corrupt, que defende a volta do regime militar e tem apoio o deputado federal Jair Bolsonaro (PP); o Dia do Basta, declarado apartidário e cuja principal bandeira é o combate à corrupção e à impunidade. Militantes do PT também estão organizando atos em todo o Brasil.

Autor: Benedito Teixeira

Fonte: Adital

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