sexta-feira, 15 de junho de 2012

“Não quero que me aceitem. Quero que me respeitem”

Esse é o lema que segue como profissão de fé para Carmem Lúcia Paz,  47 anos, prostituta, formada em Ciências Sociais com pós-graduação em Direitos Humanos e sócia-fundadora do Núcleo de Estudos da Prostituição, em Porto Alegre (RS).
 "Comecei a fazer programas aos 17 anos. A gente começa por necessidade e, por opção, continua. Comecei a militar e resolvi ficar...


... Assumi ser prostituta, enfrentei a família, o estigma, levantei a cabeça e fui para as ruas. A maioria diz que não gosta, morre de vergonha, não tem opção. Tenho quatro clientes fixos e consigo quatro ou cinco programas por dia, que podem render R$ 150 ou R$ 200. Gosto muito de ser prostituta. É uma profissão que me realiza. Para mim, a prostituta não é coitadinha. É uma profissional do sexo, que gosta tanto de sexo como de dinheiro, como qualquer profissional. Não existe prostituta que trabalha nesse meio porque não tem opção. Isso é mentira. Pode ser por um tempo. Depois, com o dinheiro da prostituição ela pode investir em outra profissão. Luto para que a prostituição se legalize. Assim, as mulheres iriam assumir a profissão e as que não gostam sairiam. Ao negar o que são, fortalecem o estigma e alimentam o preconceito. Depois, acabaria com a exploração dos donos de boates, cafetões que não iam aguentar a barra de enfrentar a sociedade e assumir o que são, nem iam garantir os direitos trabalhistas das mulheres"
Fonte: mulher.uol.com.br

Nenhum comentário: