sexta-feira, 11 de maio de 2012

Mulheres passam por laqueadura sem cortes e anestesia em Brasília


Nove mulheres foram convocadas a passar por procedimento inédito de laqueadura no Distrito Federal na passada quinta-feira (10). O método de esterilização histeroscópica via vaginal, sem necessidade de cortes nem anestesia, dura de seis a dez minutos e tem a mesma eficácia do procedimento tradicional de contracepção definitiva, segundo a Secretaria de Saúde.

O procedimento clínico foi realizado no Hospital Regional do Paranoá. As pacientes receberam alta cerca de uma hora depois da intervenção. A cirurgia convencional de laqueadura dura, em média, 60 minutos, com alta prevista após 24 horas.
O coordenador de Ginecologia e Obstetrícia da Secretaria de Saúde do DF, Adriano Tavares, explicou que com o uso de um histerescópio, instrumento para observar a cavidade uterina, duas molas de titânio, com cerca de quatro centímetros, são colocadas nas trompas de falópio da mulher. As peças bloqueiam as trompas e impedem o desenvolvimento do feto.
Miriam Jesus Rodrigues, primeira mulher a realizar a nova intervenção no DF, disse que sentiu apenas uma leve picada e uma cólica menos intensa que a menstrual. “Tive um pouco de medo e fiquei ansiosa por não conhecer o método, mas senti apenas uma picada rápida, um pouco de cólica e sonolência por causa dos remédios”, disse Miriam, que esperava para fazer laqueadura desde janeiro, depois de ter o quarto filho.
O método começou a ser denvolvido na década de 90 por uma empresa norte-americana. De acordo Tavares, o procedimento já é realizado em outras cidades do Brasil, mas nunca tinha sido implantado no DF. “O procedimento tem 10 anos de existência no mercado mundial e é novo no Brasil, mas a eficácia é a mesma (da laqueadura cirúrgica)”, garantiu o coordenador.

Fila
 A expectativa do governo é usar o novo procedimento para acabar com a fila de espera de 1,2 mil mulheres que precisam de um método definitivo de contracepção por meio do sistema público de saúde. De acordo com Secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, o método é positivo por ser um procedimento ambulatorial menos invasivo que a laqueadura tradicional e que não exige a existência de um centro cirúrgico ou de método anestesista.

“Acredito que três meses é o tempo suficiente para atendermos essa demanda de 1,2 mil mulheres (à espera da laqueadura) e para que esse procedimento se torne de rotina na nossa rede”, disse Barbosa. Segundo o secretário, após a compra do kit para a realização da esterilização histeroscópica, um fim de semana é suficiente para acabar com a atual demanda por laqueadura em todo o DF.
A Secretaria de Saúde realizou a capacitação de 12 médicos da rede para realizar o novo procedimento. Os atendimentos desta quinta foram acompanhados por um ginecologista do Hospital Municipal de Nova Cachoeirinha, no interior de São Paulo, que realiza o procedimento na cidade desde o segundo semestre de 2011.
Fonte: Globo

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