Em memória à guerreira aymara Bartolina Sisa, morta em 1792, quando esteve à frente das tropas contra a opressão dos conquistadores europeus, se comemora em 5 de setembro, o Dia Internacional da Mulher Indígena. No marco desta data, organizações e governos latinos realizarão atividades de diversos matizes, como atos de reforço para a luta das indígenas, reconhecimento de seus aportes culturais, assim como apresentações de planos estratégicos ao segmento.
O Instituto Nacional da Mulher (Inamulher), vinculado ao governo federal da Venezuela, realiza desde esta segunda-feira (5) até quarta (7) o Encontro Nacional de Mulheres Indígenas, com o tema Protagonistas ancestrais da Revolução. De acordo com a organização, participarão mais de 60 mulheres representantes dos estados do Amazonas, Monagas, Zulia, Delta, Apure e Bolívar.
As atividades buscam valorizar as lutas das mulheres indígenas venezuelanas, especialmente, para dar conhecimento para as novas gerações. Durante os dias do encontro, os participantes debaterão sobre temas recorrentes na realidade destas mulheres. Por exemplo, as formas de violência contra as indígenas, a participação, assim como a questão da saúde das mulheres indígenas.
No Chile, serão muitas as atividades desenvolvidas por diferentes organismos. O Conselho Nacional Aymara de Mallkus y T’allas, em parceria com a Associação Regional de Mulheres Indígenas Aymaras Bartolina Sisa, realizam desde a última quinta-feira (1º) ações na região de Tarapacá. Serão realizadas atividades recreativas, artísticas e esportivas. De acordo com a organização, é uma forma de reconhecer a contribuição gerada pelas indígenas à preservação da cultura.
A Comissão Mulher, organismo da Mesa Regional Indígena de Santiago do Chile, por sua vez, organiza o Seminário Internacional Mulheres Indígenas: sua contribuição e liderança nos distintos processos sociais, que acontecerá no auditório do Instituto Profissional Santo Tomas, no dia 9 de setembro. O objetivo é, além de comemorar a data, revelar as contribuições da mulher indígena nos âmbitos cultural, social e político.
O Dia da Mulher Indígena no Chile servirá também para coletar assinaturas para solicitar o perdão presidencial para a pastora Gabriela Blas. A indígena foi condenada pelo abandono de seu filho, resultando em sua morte. Mesmo que a questão gere posições divergentes entre o movimento de mulheres, algumas acreditam que a acusação está baseada em um olhar racista e de marginalização.
Já no estado de Oaxaca, México, o Dia será marcado pela apresentação do Programa Estratégico para as mulheres indígenas pelo Instituto da Mulher Oaxaquenha (IMO). O Instituto destaca a grande concentração de grupos indígenas no estado, onde se localizam 16 dos 64 grupos do país, alcançando 1.292.667 pessoas em Oaxaca.
Com a compreensão de que é necessário avançar no melhoramento das condições de vida das mulheres originárias, o IMO propõe políticas públicas construídas desde a visão das culturas indígenas. De acordo com a Pesquisa de Saúde e Direitos das Mulheres Indígenas, de 2008, Oaxaca é o segundo estado com maiores taxas de pobreza, analfabetismo, mortalidade materno-infantil e violência familiar.
Com informações de Bartolinas, Caposud e Oaxaca en Pie de Lucha.
Fonte: Camila Maciel (Jornalista da Adital)
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