quarta-feira, 6 de julho de 2011

A participação da mulher na Igreja exige um novo modelo de Igreja



Por Pablo Richard
Teólogo e biblista chileno

Creio que o problema da participação da mulher na Igreja somente pode ser entendido dentro de uma definição eclesiológica global. Quando Jesus entrou no templo, o definiu como "cova de bandidos”.
O povo judeu, em grande parte, é de uma religião do templo; e nesse tipo de religião, a participação da mulher é impensável.
O ministério "sacerdotal” é algo próprio da religião judaica.
A Igreja cristã não está nessa tradição do templo, nem os homens, nem das mulheres.
Devemos realizar uma "des-sacerdotalização” da Igreja; isto é, não pensar a Igreja em termos de Templos e Sacerdotes.
Na tradição cristã de Jesus há "presbíteros”, que não é um ministério sacerdotal; mas, homens e mulheres encarregados da fé da comunidade.

Se, na Igreja, falamos de "sacerdotes”, nem a mulher e nem tampouco o homem deveriam ser ordenados como sacerdotes.
Jesus seguiu a tradição da sinagoga judaica, que não é um lugar de culto, mas de ensinamento.
O cristianismo avançou em uma inclusão da mulher como mestra, em igualdade com o homem. Portanto, afirmar "nunca mais uma Igreja sem mulheres” significa também "nunca mais uma igreja de sacerdotes”.
O cristianismo não nasceu em um "altar”; mas, em uma "mesa”, onde todos e todas participam.
O problema não é a mulher, mas a Igreja.
Integrar a mulher no atual modelo de Igreja sacerdotal e hierárquica seria negativo para a mulher.
O ministério fundamental na Igreja hoje é o "Ministério da Palavra”, não o "Ministério sacerdotal”.
Quando a Igreja reduz o ministério aos Bispos e Sacerdotes, a inclusão da mulher é negativa para a mulher.
Quando tenhamos uma Igreja de mestres e profetas, a participação da mulher será indispensável.

Fonte: adital

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