COMUNICADO DO MOVIMENTO DAS MULHERES CIDADÃS
Exmos (as) Senhores (as),
Somos um Grupo formado em sua maioria por mulheres residentes em vários estados do Brasil e também em alguns países do exterior (somos assistentes sociais, psicólogas, jornalistas, advogadas, médicas, mães de familia, professoras, etc, etc) e, por meio deste, vimos respeitosamente registrar e manifestar nossa profunda INDIGNAÇÃO, revolta, sentimento de discriminação e afronta pela declaração do Sr chamado de "Rafinha Bastos" (apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão - Programa CQC) o qual se intitula de "humorista".
Como foi divulgado em vários jornais de grande circulação, bem como na internet, mídia falada e escrita, o sr Rafinha Bastos fez uma declaração que nada tem de caráter humorístico, considerando-se que humor é uma arte de criatividade, que traz alegria e leveza a todos que apreciam e, como tal, o humor ou nenhuma outra forma de arte FERE a dignidade de ninguém.
No entando, o sr Rafinha Bastos, em um programa de tv que é assistido por milhares de pessoas vive se utilizando da mídia para adifundir idéias preconceituosas, que ferem a dignidade das pessoas e, mais recentemente, fez uma declaração assustadora sobre estupro, um crime de consequências inimagináveis, cujas estatísticas demonstram que atinge devastadoramente crianças, adolescentes e mulheres das classes mais pobres da sociedade brasileira.
Sobre o crime de estupro, o sr Rafinha Bastos afirmou que:
"Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia... Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço". Essa fala foi reproduzida pela revista "Rolling Stone", que realizou uma reportagem sobre o humorista conhecido pelo humor politicamente incorreto.
E além de tudo, ainda citou o nome de Deus nesta infeliz e apologética incitação criminosa, de resquícios nazifacistas.
De acordo com a coluna "Telenotícias", do jornal "O Dia", Rafinha Bastos será investigado pelo MInistério Público, e esperamos, sinceramente, Exmos senhores (as), sejam tomadas as providências necessárias para coibir esse tipo de atitude (preconceituosa, discriminat´roia de apologia a crimes na tv brasileira ou qualquer outro meio de comunicação). Já que já está mais do que na hora de dar um basta à violência diária e "naturalizada" contra a mulher em nosso país.
Liberdade de expressão não é isso que esse sr. Rafinha e outros que têm espaço na mídia fazem quase que cotidianamente, a isso se chama abuso moral; criminosa incitação à discriminação, à violência, ao ódio.. Perigosa incitação, ainda mais porque atinge milhares de telespectadores, inclusive muitas mentes doentias, que certamente devem se sentir encorajadas acom tais declarações feitas de forma tão aberta e à vontade as vistas de todos, com o respaldo de uma parte da mídia que legitima essas formas de violência, preoconceitos e discriminações, o que vilipendia a nossa Carta Magna e toda a legislação vigente em nosso pais em torno de direitos humanos e normas mínimas de civilidade. Essas pessoas que agem dessa forma nefasta e extremamente narcisista e perigosa, em plena mídia aberta, não podem estar acima da lei, de tudo e de todos. Isso é inadimissível. A liberdade de expressão não dá o direito das pessoas saírem por aí pregando as idéias mais estapafúrdias e criminosas que possam ter em suas mentes. Isso fortalece e dissemina a cultura da violência e do ódio e, em último caso, acontribuem para o aumento das estatísticas de crimes, que passam até a ser banalizados cotidianamente.
Estamos nos mobilizando em todo o país (por meio on line em vários sites e também abaixo assinados e outros documentos), e esperamos uma atitude firme e exemplar das autoridades competentes, as quais são eleitas com o grande contigente de votos femininos do nosso país. Não é mais possível banalizar essa violência cotidiana que assola a dignidade das pessoas e da sociedade como um todo. Esse sr Rafinha Bastos não pode ficar impune. Isso não pode ser BANALIZADO.
Se você é mulher ou homem, possui o mínimo de dignidade, se tem filhos ou filhas, sobrinhas, irmãs, parentes, netos, netas, NÃO BANALIZE esse tipo violação de direitos.
É por causa do silêncio dos bons que os maus ganham espaço para continuar prejudicando, matando, estruprando e ainda sendo aplaudidos.
Contamos com seu inestimável apoio nessa luta. Por favor, repasse essa mensagem para todos os seus contatos pessoais e institucionais, para as ONGS e para as autoridades do judiciário, executivo e legislativo também. Não podemos reforçar a BANALIZAÇÃO DO MAL, para evitar que um dia esse tipo de barbaridade venha a acontecer com algum de nós ou de nossas familias, e aí não teremos como reclarmar.
Outra coisa importante é acompanharmos passo a passo esse inquérito e esse processo, para que não caia na impunidade e no esquecimento.
Vamos à luta. Dignidade e ética é o minimo que podemos exigir, pois temos Leis que já nos garantem isso há algum tempo.
Na oportunidade, parabenizamos ao Ministério Público de S. Paulo que resolveu atentar para o perigo dessas terríveis e perigosas barbaridades "banalizadas" na mídia, em tempo!
Atenciosamente,
Movimento das Mulheres Cidadãs
Brasilia - Brasil
Na oportunidade, parabenizamos ao Ministério Público de S. Paulo que resolveu atentar para o perigo dessas terríveis e perigosas barbaridades "banalizadas" na mídia, em tempo!
Atenciosamente,
Movimento das Mulheres Cidadãs
Brasilia - Brasil
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