É preciso implantar políticas públicas para reduzir a violência contra as mulheres ou o problema continuará apenas a ser relatado com números e dados estatísticos. Este foi o alerta da cientista social Tatau Godinho, que representou a Fundação Perseu Abramo em audiência pública que discutiu o estudo "Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado", que teve como um de seus focos a violência contra as mulheres.
O debate foi promovido pela Subcomissão Permanente em Defesa da Mulher, da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). A pesquisa, realizada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc), apresenta a percepção da sociedade sobre temas como a violência doméstica, machismo, trabalho, tempo livre, mídia, sexualidade, saúde e política.
Segundo Tatau Godinho, as mulheres entrevistadas em todo o Brasil afirmaram sofrer violência doméstica e discriminação no mercado de trabalho. Para elas, a mídia, especialmente as novelas, incentivam o machismo e a violência física e psicológica.
De acordo com a pesquisa, 90% dos homens consideram a sociedade brasileira machista, embora 74% deles afirmem não se considerarem nessa condição.
Lei Maria da Penha é cada vez mais conhecida, mas violência não diminui
Lei Maria da Penha é cada vez mais conhecida, mas violência não diminui
Apesar de a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06), que visa prevenir e punir a violência doméstica e familiar contra a mulher, ser conhecida por grande parcela da população, os índices de violência doméstica não diminuíram, observou a presidente da subcomissão, senadora Ângela Portela (PT-RR).
A afirmação foi feita com base em vários levantamentos. A senadora fez referência à pesquisa Percepção sobre a Violência Doméstica, do Instituto Avon e da Ipsos, que mostra que 47% das mulheres entrevistadas em questionário sigiloso admitiram terem sido agredidas fisicamente dentro de sua própria casa. Homens também foram entrevistados e 38% assumiram ter agredido devido ao álcool ou por ciúmes, sendo que 12% confessaram tê-lo feito sem qualquer motivo.
A afirmação foi feita com base em vários levantamentos. A senadora fez referência à pesquisa Percepção sobre a Violência Doméstica, do Instituto Avon e da Ipsos, que mostra que 47% das mulheres entrevistadas em questionário sigiloso admitiram terem sido agredidas fisicamente dentro de sua própria casa. Homens também foram entrevistados e 38% assumiram ter agredido devido ao álcool ou por ciúmes, sendo que 12% confessaram tê-lo feito sem qualquer motivo.
A senadora mencionou também a série de pesquisas feitas pelo DataSenado, a cada cinco anos: Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, concluída em março e que mostra que 66% das mulheres consideram que a violência contra a mulher aumentou. Das entrevistadas, disse a senadora, 100% admitem conhecer a Lei Maria da Penha, porém para 68% o medo faz com que deixem de denunciar os agressores. O fato de a lei impedir que se retire a queixa contra o agressor também é fator que as leva a não registrarem a denúncia.
Fonte: Agência Senado
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