sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Pastoral da Mulher de BH distinguida com o 2º lugar do Prêmio Odair Firmino de Solidariedade


No dia 12 de Novembro, último dia do IV Congresso e XVIII Assembleia Nacional da Cáritas Brasileira, ocorreu a entrega do II Prêmio Odair Firmino de Solidariedade. A Pastoral da Mulher de BH foi finalista e distinguida com o 2° lugar.

A Pastoral da Mulher de BH apresentou,  com o nome “Começar de Novo” sua experiência de transformação da realidade das mulheres que “batalham” no hipercentro de Belo Horizonte, sintetizando a Proposta Pedagógica Integral para as mulheres em situação de prostituição que leva aplicando desde 2006. Essa Proposta é comum a todos os outros projetos pastorais (em São Paulo, Salvador, Juazeiro, além de Belo Horizonte), onde as Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor realizam sua missão.

Lançado no ano passado pela Cáritas Brasileira, o Prêmio Odair Firmino de Solidariedade visa promover a solidariedade e valorizar as experiências e as ações coletivas que promovam o protagonismo dos brasileiros excluídos pelas políticas públicas e reconhecer os esforços das organizações, associações, entidades e grupos populares na defesa da vida.
Este ano o tema do Prêmio é “Mulher, Desenvolvimento e Meio Ambiente”, com vistas a estimular e apoiar iniciativas que tenham mulheres no comando ou que beneficiem prioritariamente grupos de mulheres. A Cáritas Brasileira recebeu um total de 56 inscritos de todas as regiões do país. A região Sudeste foi a que mais apresentou projetos com 20 inscrições, seguida do Nordeste que apresentou um total de 17 experiências.
O terceiro lugar ficou com o Grupo de Produção Rural Serra Gavião (PI). A experiência Começar de Novo (MG) foi a segunda classificada e A Luta das Mulheres Indígenas – Comisulba (BA) ficou com o primeiro lugar do prêmio. As três finalistas, além de um troféu e certificado, receberam um prêmio em dinheiro no valor de R$ 10 mil para o primeiro lugar, R$ 5 mil para o segundo e um prêmio de R$ 3 mil para o terceiro.
Os aprendizados da Pastoral da Mulher nesta caminhada dos últimos anos têm sido muitos. Percorrer e a compartilhar solidariamente o caminho da vida com as mulheres, nos levou a experimentar no caminho que a libertação é mútua; humanizamos e somos humanizadas, salvamos  e somos salvas. Torna-se um itinerário de Graça: a mulher é um sinal de Deus para nós. Temos aprendido a superar visões distorcidas e preconceituosas que colocam a mulher como “vítima” ou “coitadinha”, reduzindo-as aos aspectos de fragilidade, impotência e imobilidade. As  mulheres  na Pastoral têm seu espaço de participação como agentes, sendo elas as principais promotoras de seu processo. Por isso nos colocamos ao seu lado, como companheiras e companheiros de caminho, e defensoras/es da vida e da dignidade da mulher. Valorizamos e dialogamos com sua experiência de vida, possibilitando assim uma  ação construída  coletivamente  onde a mulher, sensibilizada e consciente  de sua realidade, apropria-se de seu processo, compromete-se com ele e com a promoção de outras mulheres, tornando-se sujeito de transformação da sua própria realidade.
Outro aprendizado importante tem sido a interdisciplinaridade e o trabalho em rede. Nossa Pastoral, devido à complexidade da prostituição, realiza o trabalho em equipe interdisciplinar a partir do diálogo e do consenso e apoia-se na colaboração de outros grupos, profissionais da área das ciências humanas, entidades e instituições. É aberta ao diálogo com as diferentes posturas diante da prostituição, articula-se em redes de relações com pastorais de outras cidades para o acompanhamento da mulher itinerante, e com grupos que trabalham com a prevenção do tráfico de mulheres, do turismo sexual e da prostituição infantil.  Igualmente faz parceria com grupos e organismos de luta popular e de organização  de cooperativismo. Conta com assessoria permanente na avaliação de suas ações e no acompanhamento dos projetos; também sensibiliza outras pessoas, grupos e movimentos com relação a essa problemática.


 Em todo este trabalho tem sido fundamental  o apoio do Instituto das Irmãs do Santíssimo Redentor e a colaboração com os outros projetos (Força Feminina de Salvador-BA, Pastoral da Mulher de Juazeiro-BA  e Projeto Antônia de São Paulo-SP) que fazem parte da Rede Oblata.
 

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