quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Credo da Esperança


Creio em Deus. No Deus dos credos, com todas as suas verdades. Mas, sobretudo, em um Deus que ressuscita da letra morta para tornar-se parte da vida.
Creio em um Deus que acompanha de perto cada passo do meu caminhar por esta terra: muitas vezes, por detrás, observando e sofrendo com meus erros; outras vezes, a meu lado, falando e me ensinando; e, outras vezes, à frente, guiando e marcando o ritmo da caminhada.

Creio em um Deus de carne e sangue, Jesus Cristo, um Deus que viveu em minha pele e calçou meus sapatos, um Deus que andou em meus caminhos e conhece luzes e sombras. Um Deus que comeu e que passou fome, que conheceu um lar e sofreu a solidão, que foi aclamado e condenado, beijado e cuspido, amado e odiado. Um Deus que foi a festas e a enterros. Um Deus que riu e que chorou.

Creio em um Deus que mantém - hoje - seu olhar atento sobre o mundo, que vê os ódios que segregam, que dividem, que marginalizam, que ferem e que matam; que vê as balas perfurando a carne e o sangue inocente que rega a terra; que vê a mão que entra no cofre e no bolso alheio, roubando aquilo que o outro necessita para comer; que vê o juiz que sentencia em favor da melhor parte, vestindo a verdade e a justiça de hipocrisia; que vê os rios sujos e os peixes mortos, os tóxicos destruindo a terra e perfurando o céu; que vê o futuro hipotecado e a dívida do homem que cresce.
Creio em um Deus que vê isto... e continua chorando...  
Mas creio também em um Deus que vê uma mãe dando à luz: vida que nasce da dor; que vê duas crianças brincando: semente solidária que cresce; que vê a flor brotar das ruínas: um novo começo; que vê três loucas reclamando justiça: a ilusão que não morre; que vê o sol levantar-se a cada manhã: tempo de oportunidades.
Creio em um Deus que vê isto... e ri, porque, apesar de tudo, há esperança...
autor:  Gerardo Carlos Cristian Oberman - Red Crearte
Fonte: cebi

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