quinta-feira, 3 de março de 2011

Mulheres param BR 050 em defesa da vida, contra o agronegócio

As mulheres da Via Campesina e o Fórum Regional por Reforma Agrária ocupam, nesta manhã, 03 de março, desde as 9:00hs, a BR 050 no km 45 entre Uberlândia e Uberaba (na metade da estrada entre as duas cidades), e fazem roçado na monocultura de cana da Empresa Saci, em denúncia ao avanço criminoso do agronegócio e ao uso intensivo de venenos agrícolas.

A ação envolve 400 pessoas que estiveram reunidas no Seminário de Mulheres da Via Campesina, nos dias 1 e 2, em estudos e debates sobre o modelo de produção estabelecido no Brasil e a violência deste, principalmente sobre as mulheres. O evento faz parte de uma agenda nacional dos movimentos sociais que marca o 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres.

A empresa monocultora de cana, Empresa Saci, aliada a uma grande usina produtora de álcool, invadiu vastas extensões de terra para o plantio. Há suspeitas de que houve uma derrubada massiva de árvores nativas, que são arrancadas e enterradas com a raiz, formando um grande cemitério, prática comum na região, à qual o IEF - Instituto Estadual de Florestas - faz “vista grossa”. A Saci e a Usina Vale do Tijuco utilizam grandes quantidades de veneno, jogados por aviões de pequeno porte poluindo o solo e a água da região. Não produzem alimentos e geram pouquíssimos e precários empregos. Assim esta propriedade, nas mãos de latifundiários e dominada pelo agronegócio, não cumpre sua função social.

A Via Campesina traz a proposta da Reforma Agrária Popular, que deve ser conquistada a partir da luta de toda a sociedade. A via campesina valoriza a agricultura camponesa, com base na soberania alimentar e na produção agro-ecológica. Assim, a Via Campesina e as mulheres propõem um modo de produção verdadeiramente sustentável, sem uso de agroquímicos, que busca fazer da agricultura parte do equilíbrio natural do meio-ambiente.

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