sábado, 18 de fevereiro de 2017

PF desarticula quadrilha que atuava com tráfico internacional de mulheres para prostituição

A Polícia Federal desarticulou nesta quarta-feira uma quadrilha internacional especializada em tráfico de pessoas para exploração sexual. O grupo atuava em Fortaleza, mas também aliciava jovens em Minas Gerais, São Paulo e Bahia para prostituição em duas boates na Eslovênia. 
Cerca de 92 policiais participam da Operação Marguerita, que cumpre 134 mandados de busca e apreensão, 13 de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 18 de condução coercitiva, expedidos pela Justiça Federal no Ceará.

As vítimas, com média de idade entre 18 e 20 anos e de origem humilde, vislumbravam nas promessas do grupo melhores condições de vida na Itália e na Eslovênia. Mas, ao chegarem lá, eram obrigadas a trabalhar nas boates da quadrilha em horários estipulados, tinham a liberdade limitada e viviam em péssimas condições, tendo que pagar pelo alojamento e pela alimentação. De acordo com a PF, recebiam 150 euros por noite, mas 50% do valor eram retidos pela quadrilha. Parte do dinheiro ficava com os donos das boates na cidade eslovena Nova Gorica e outra parte era enviada para Fortaleza, para os donos das agências que aliciavam as mulheres.

A operação contou com a participação das polícias italiana e eslovena. Entre os presos, há duas mulheres que recepcionavam as vítimas em Milão, na Itália. Uma terceira está foragida. A PF aguarda a confirmação da polícia da Eslovênia sobre uma prisão que seria efetuada no país.

Em Fortaleza, também foram presos estrangeiros que montavam empresas de fachada, mas, segundo a PF, atuavam com tráfico internacional de pessoas. O chefe da quadrilha é um esloveno, que não teve o nome divulgado, e foi preso em Fortaleza. Por meio da quebra dos sigilos bancário e fiscal, a PF identificou transações financeiras da Europa para bancos em Fortaleza. As contas pertencem a empresários envolvidos no crime. Os valores altos chamaram a atenção dos investigadores. Em apenas uma das transações, o valor excedia R$ 1 milhão. Segundo a PF, os depósitos eram, em geral, feitos em dinheiro e sacados no mesmo dia, em Fortaleza, de uma só vez.

A PF alerta que o crime de tráfico internacional de pessoas para exploração sexual é uma “grave violação de direitos humanos”, sobretudo quando se considera a situação de vulnerabilidade das vítimas, que acreditam em um emprego digno e são submetidas a condições degradantes.

Os presos responderão pelos crimes de tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso condenados, podem pegar até 25 anos de prisão.

Segundo a Polícia Federal, o nome da operação, Marguerita, refere-se à principal boate para a qual as vítimas eram encaminhadas e exploradas sexualmente na Eslovênia.


Fonte: Jornal Extra

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