terça-feira, 4 de setembro de 2012

América Latina, segundo Continente com alto índice de gravidezes em meninas e adolescentes


As gravidezes em meninas e adolescentes constituem um severo problema de saúde pública em toda América Latina, que é o segundo continente depois da África, onde se denunciam os mais altos índices de meninas mães, disse Leonor Calderón, representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

 Segundo Calderón, durante a inauguração da "Reunião Regional de Cooperação Sul-Sul entre países Andinos e Centro americanos”, que se realiza em Guatemala de 29 a 31 de agosto, a falta de prevenção em gravidezes de meninas e adolescentes afeta bastante o desenvolvimento das populações na região.
A representante da UNFPA na Guatemala disse que a situação no país é ainda mais preocupante, pois segundo os dados do Observatório de Saúde Reprodutiva (OSAR) só em 2011 se relataram 48 mil 051 partos, desses 3 mil 96 foram em meninas de 10 a 14 anos.
Calderón indicou que 21 dos partos que se registraram no ano passado, foram em meninas de 10 anos, uma situação alarmante e grave, pois constituem uma violação aos direitos humanos das menores de idade, além do que existe um delito por perseguir pois esses casos deveriam ser considerados como violações sexuais.
A funcionária internacional lamentou a "normalização” das gravidezes em adolescentes; as sociedades cada vez estão vendo como normal que menores de idade resultem grávidas, um fenômeno e uma mentalidade que deve ser mudada.
De acordo com Caroline Chang, Secretária Executiva do Organismo Andino de Saúde–Convênio Hipólito Unanue (ORAS-CONHU), disse que a reunião é uma oportunidade para compartilhar experiências e avaliar a situação a nível regional, sobre o tema de gravidez em adolescentes.
O problema de partos em menores de idade é um tema complexo que afeta a própria menina, sua família, o seu entorno, a sociedade e o seu país, pois se interrompem projetos de vida e a maioria de meninas mães não atinge um desenvolvimento integral para ela e seus filhos e filhas, afirmou.
Chang disse que os números são preocupantes, pois esse fenômeno é um resultado da desigualdade, da pobreza, da falta de oportunidades e do escasso acesso à educação.
 Finalmente, a funcionária disse que para promover ações que busquem erradicar as gravidezes em meninas e adolescentes se necessita vontade e ação política, além de envolver adolescentes e jovens.
 Na atividade participam representantes de toda a região, do Conselho de Ministros de Saúde do Centro América e República Dominicana (COMISCA) e integrantes da Organização Ibero americana da Juventude (OIJ), entre outros.
O objetivo da "Reunião Regional de Cooperação Sul-Sul entre países Andinos e Centro americanos” é patrocinar um diálogo Sul-Sul sobre prevenção de gravidez adolescente entre governos, funcionários, especialistas regionais e jovens da área andina e Centro América, o qual se centre em compartilhar experiências, avanços e desafios desde uma perspectiva técnica e a luz da evidência científica.

Fonte: Adital

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