segunda-feira, 19 de março de 2012

Espanha desarticula máfias da prostituição


Três redes de exploração sexual de mulheres – em Navarra, Madri e Andaluzia – foram desarticuladas pela polícia espanhola. As quadrilhas se dedicavam à prostituição, tráfico de mulheres e de drogas e aos casamentos de conveniência. Em todos os casos havia a presença de brasileiros, tanto vítimas quanto criminosos.

A máfia que operava em Navarra, no norte da Espanha, estava dividida entre os que captavam mulheres no Brasil e na República Dominicana, com falsas promessas de trabalho; os que compravam as passagens de avião, sempre voos com várias escalas; e os que se encarregavam dos trâmites de documentos. Além de cinco brasileiros, foram detidos três dominicanos e cinco espanhóis.
A organização proporcionava às mulheres a quantia suficiente de dinheiro para que pudessem mostrar no aeroporto, ao desembarcar na Espanha, dizendo que viajavam a turismo. Os traficantes davam um endereço falso, em Zaragoza (Aragão). Ao não encontrar nada, elas ligavam para seu contato na Espanha, e marcavam um encontro. Eram levadas, então, a um apartamento, onde ficavam sabendo da dívida que haviam contraído e que deveriam saldá-la prostituindo-se. A partir desse momento, passavam a trabalhar em boates durante mais de 12 horas seguidas, fazendo apenas uma refeição por dia. Se não cumprissem as estritas regras, eram multadas.
Em Navalcarnero, a 31 quilômetros de Madri, mulheres eram ameaçadas, coagidas, insultadas e agredidas pelos donos de uma boate, onde cerca de 30 prostitutas, entre elas brasileiras, eram confinadas. Elas não podiam sair do clube e o casal que as mantinha presas não entregava o dinheiro dos programas.
Na terceira operação conduzida pela polícia, em Estepona e San Pedro de Alcántara, na Andaluzia, um grupo de sete espanhóis foi preso por tráfico de pessoas, exploração sexual e tráfico de drogas, como consequência de uma investigação policial iniciada há um mês. Neste caso, muitas das mulheres sabiam que se prostituiriam, mas não sabiam as condições. Bra­­sileiras, chilenas, nicaraguenses, paraguaias e espanholas eram forçadas a trabalhar 24 horas seguidas, durante períodos de até 21 dias.
Fonte: Gazeta do Povo

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