Um novo estudo inglês alerta para
um grande número de garotas na faixa dos 11 aos 13 anos com problemas
emocionais. Os principais responsáveis seriam o bullying, a pressão pelo início
da vida sexual e o excesso de tempo conectadas.
Por Jairo Bouer
A pesquisa, realizada pela UCL
(University College of London) e divulgada pelo jornal Daily Mail, aponta que o
número de garotas com problemas emocionais saltou de 13% para 20% nos últimos
cinco anos. É como se em uma sala de aula típica, com 30 meninos e meninas,
três delas estivessem enfrentando alguma dificuldade.
O trabalho, publicado na revista
médica Journal of Adolescent Health, analisou questionários preenchidos pela
internet por 1.600 alunos em 2009 e em 2014.
Os especialistas envolvidos na pesquisa se surpreenderam com o aumento
agudo em um intervalo tão curto de tempo. Para eles, como outros parâmetros de
saúde mental não foram tão afetados no mesmo período, o resultado mostra que
está havendo alguma pressão adicional sobre as meninas mais novas.
Além do bullying, da vida sexual
e do uso da internet, outros focos de estresse são questões como a imagem
corporal, pressão na vida escolar e crises familiares, que podem ter se
intensificado nesse intervalo.
Essas dificuldades emocionais
podem explicar uma série de alterações de comportamento que têm sido
identificadas entre as jovens inglesas, como maior número de garotas com
diagnóstico de anorexia e bulimia, comportamento de risco no sexo, contato
precoce com álcool e drogas, depressão e tentativa de suicídio.
A piora da saúde mental dessas
garotas nos últimos anos sinaliza que algumas intervenções mais eficazes
precisam ser feitas. Uma das ideias seria aumentar a participação dos pais e
dos professores nesse processo, afinando a percepção que eles podem ter das
alterações emocionais e de comportamento entre os mais jovens.
Discutir com os próprios alunos
questões que vão além dos temas clássicos de prevenção é importante. É
fundamental trazer a dimensão emocional para o centro desses debates. Os mais
novos precisam entender melhor o impacto que as emoções podem ter em sua
qualidade de vida.
Até que ponto ficar horas a fio
teclando em redes sociais, sujeitas a bullying de diversas naturezas e à
pressão para uma vida sexual muito mais florida do que essas garotas estão preparadas pode ser saudável? Construir uma imagem dos amigos que pode não
ser verdadeira (já que quase todos exageram na rede) e buscar modelos
inatingíveis de beleza gera frustração e sensação de fracasso.
Embora o estudo mostre um
resultado mais acentuado sobre as
garotas, faz sentido pensar que esses fatores podem impactar também
outros grupos. Identificar as fontes de pressão emocional e trabalhar a
autoestima é indicado para jovens de qualquer faixa etária.
Fonte; Revista Epoca
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