sábado, 28 de novembro de 2015

Travesti abandona prostituição para voltar a estudar

Os participantes passam por um curso de direitos humanos, além de capacitação profissional (Foto: Divulgação)
Ela deixou a prostituição e voltou a estudar graças ao programa Transcidadania . 'A sensação é de se libertar de uma coisa que você é obrigada a fazer'.

“Do dia de início do projeto até hoje, me tornei uma pessoa bem melhor, esclarecida sobre meus direitos e orgulhosa por ser uma travesti”, declara Aline Marques, de 37 anos, sobre o Transcidadania. O programa, criado em janeiro deste ano, promove a reintegração social e o resgate da cidadania e atende atualmente 100 travestis e transexuais.
Os beneficiários recebem a oportunidade de concluir o ensino fundamental e médio, ganham qualificação profissional e desenvolvem a prática da cidadania. Aline revela que, antes de iniciar no programa, tinha depressão e já tinha pensado em se matar. "Queria desistir da vida, sobrevivi durante 20 anos na rua”, conta.
Ela largou a prostituição no primeiro dia do programa. “A sensação é de se libertar de uma coisa que você tem que fazer”, diz ela, que achou nas ruas o dinheiro para sustentar uma casa e a mãe deficiente. Cada participante do projeto tem acompanhamento psicológico, jurídico, social e pedagógico durante os dois anos de permanência no programa, além de um auxílio mensal de R$ 827,40.
Os participantes passam por um curso de direitos humanos, além de capacitação profissional. Todas as beneficiárias e os beneficiários foram inscritos no ENEM 2015 e 79% estavam aptas a realizar a prova. Destes, 27 tiveram o direito ao uso do nome social concedido. O número representa 20% do total de travestis e transexuais que fizeram a prova no estado de São Paulo este ano. Em 2016, o programa da Prefeitura de São Paulo será ampliado e promete novas vagas.


 Aline Marques: 'Orgulhosa em ser uma travesti' (Foto: Divulgação)
“A maioria das meninas e dos homens almeja completar os estudos e conquistar um emprego com muita força de vontade. Todos querem viver a noite como qualquer outra pessoa e não serem reféns da prostituição”, completa Aline.


Fonte: iG

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