Os participantes passam por um
curso de direitos humanos, além de capacitação profissional (Foto: Divulgação)
Ela deixou a prostituição e
voltou a estudar graças ao programa Transcidadania . 'A sensação é de se
libertar de uma coisa que você é obrigada a fazer'.
“Do dia de início do projeto até
hoje, me tornei uma pessoa bem melhor, esclarecida sobre meus direitos e
orgulhosa por ser uma travesti”, declara Aline Marques, de 37 anos, sobre o
Transcidadania. O programa, criado em janeiro deste ano, promove a reintegração
social e o resgate da cidadania e atende atualmente 100 travestis e
transexuais.
Os beneficiários recebem a
oportunidade de concluir o ensino fundamental e médio, ganham qualificação
profissional e desenvolvem a prática da cidadania. Aline revela que, antes de
iniciar no programa, tinha depressão e já tinha pensado em se matar.
"Queria desistir da vida, sobrevivi durante 20 anos na rua”, conta.
Ela largou a prostituição no
primeiro dia do programa. “A sensação é de se libertar de uma coisa que você
tem que fazer”, diz ela, que achou nas ruas o dinheiro para sustentar uma casa
e a mãe deficiente. Cada participante do projeto tem acompanhamento
psicológico, jurídico, social e pedagógico durante os dois anos de permanência
no programa, além de um auxílio mensal de R$ 827,40.
Os participantes passam por um
curso de direitos humanos, além de capacitação profissional. Todas as
beneficiárias e os beneficiários foram inscritos no ENEM 2015 e 79% estavam
aptas a realizar a prova. Destes, 27 tiveram o direito ao uso do nome social
concedido. O número representa 20% do total de travestis e transexuais que
fizeram a prova no estado de São Paulo este ano. Em 2016, o programa da
Prefeitura de São Paulo será ampliado e promete novas vagas.
“A maioria das meninas e dos
homens almeja completar os estudos e conquistar um emprego com muita força de
vontade. Todos querem viver a noite como qualquer outra pessoa e não serem
reféns da prostituição”, completa Aline.
Fonte: iG
Nenhum comentário:
Postar um comentário