Ao terminar de ler este texto, cinco
mulheres terão sido espancadas no Brasil.
Entre 1980 e 2013, o machismo
matou no Brasil mais de 106 mil mulheres. Cerca de cinco mulheres são
espancadas a cada dois minutos, em 80% dos casos o agressor é o companheiro
dela. Das vítimas de violência doméstica ou sexual atendidas em toda rede
pública de saúde dois terços são mulheres.
Em 2014, 23.630 mulheres estupradas
foram atendidas no SUS, são 64 por dia. Ano passado, o Disque 180 recebeu perto
de meio milhão de denúncias de violência contra as mulheres, sendo quase 52%
física. Somente no primeiro semestre de 2015, a central realizou 364.627
atendimentos.
Estes e outros dados podem ser
acessados nos recentes dossiê sobre o assunto produzido pelo Instituto Patrícia
Galvão, no Mapa da Violência contra as Mulheres no Brasil, e no Balanço do
Disque 180 da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
A violência contra as mulheres
tem muitas facetas. Ela pode ser física, psicológica, simbólica, patrimonial,
etc. As maiores vítimas são as jovens e negras. Mas há ainda as mulheres
lésbicas, bissexuais, transexuais e os homens transexuais. Esta parcela da
população é alvo de crimes inaceitáveis cujo teor ultrapassa a misoginia como,
por exemplo, o estupro ‘corretivo’. motivados pela lesbofobia, bifobia e transfobia.
Isto sem contar com as barreiras que sofrem no acesso à educação, saúde,
trabalho, e outros direitos civis e humanos.
Na tentativa de contribuir para a
luta contra violência contra todas as mulheres, Católicas pelo Direito de
Decidir vem, ao longo dos últimos 20 anos, produzindo conhecimento sobre o
assunto, e realizando campanhas educativas que sensibilizem a população sobre o
problema que tem em sua essência o machismo, o racismo e a LGBTIfobia.
Neste contexto político, em que o
fundamentalismo tem violado nossas vidas de maneira inaceitável, com leis e
políticas aviltantes, é mais do que necessário que unamos nossas forças,
denunciando as violências que sofremos. A Primavera das Mulheres tem mostrado
nas ruas toda a força e importância de nossa mobilização.
Para a campanha Católicas pelo
fim da violência contra as mulheres, convidamos parceiras para falarem sobre: a
violência como um todo, a violência doméstica, contra as mulheres lésbicas, bi
e transexuais, a violência religiosa e simbólica.
Ao todo foram produzidos seis
vídeos com o apoio da Fundação Heinrich Böll que serão divulgados entre 25 de
novembro e 7 de dezembro. Contamos com o apoio de todos as parceiras e
parceiros de luta que, assim como nós, trabalham e sonham com uma sociedade em
que nenhuma mulher será agredida ou morta por ser o que é.
Fonte: Compromisso e Atitude
Nenhum comentário:
Postar um comentário