O arcebispo canadense Paul-Andre
Durocher, de Gatineau, Quebec, disse que o Sínodo deveria refletir sobre a
possibilidade de permitir diaconisas, diáconos do sexo feminino, já que o
encontro busca formas de abrir mais oportunidades para as mulheres na vida da
Igreja.
A reportagem é de Carol Glatz,
publicada no sítio Catholic News Service, 08-10-2015. A tradução é de Moisés
Sbardelotto.
Sempre que possível, mulheres
qualificadas deveriam receber posições mais altas e de tomada de decisão de
autoridade dentro das estruturas da Igreja e novas oportunidades no ministério,
disse o prelado ao Catholic News Service nessa terça-feira.
Discutindo uma série de propostas
que ele ofereceu aos Padres sinodais, ele disse: "Eu acho que devemos
realmente começar a olhar seriamente para a possibilidade de ordenar mulheres
diaconisas, porque o diaconato, na tradição da Igreja, tem sido definido não
como algo direcionado ao sacerdócio, mas ao ministério".
Atualmente, a Igreja Católica
permite apenas que homens sejam ordenados diáconos. Os diáconos podem pregar e
presidir batismos, funerais e casamentos, mas não podem celebrar missa ou ouvir
confissões.
Falando aos participantes do
Sínodo dos bispos sobre a família, no dia 6 de outubro, Durocher disse que
dedicou o seu discurso de três minutos ao papel da mulher na Igreja – um dos
muitos temas em destaque no documento de trabalho do Sínodo.
O documento de trabalho, que está
guiando as três primeiras semanas de discussões do Sínodo, propõe dar às
mulheres uma maior responsabilidade na Igreja, sobretudo através do seu
envolvimento "nos processos decisórios, a sua participação, não só formal,
no governo de algumas instituições; o seu compromisso na formação dos ministros
ordenados".
Durocher, que recentemente
terminou o seu mandato como presidente da Conferência dos Bispos do Canadá,
disse ao CNS que grande parte da sua breve fala se centrou no persistente
problema da violência contra as mulheres, incluindo a violência doméstica. Ele
disse que a Organização Mundial da Saúde estima que 30% das mulheres do mundo
sofrem violência do seu parceiro.
Ele lembrou aos Padres sinodais
que, na exortação apostólica Familiaris consortio, de 1981, São João Paulo II
basicamente disse para a Igreja que "devemos fazer um esforço concertado e
claro para assegurar que não haja mais degradação das mulheres no nosso mundo,
particularmente no casamento. E eu disse: 'Bem, aqui estamos nós, 30 anos depois,
e ainda estamos enfrentando esse tipo de estatísticas'".
Ele disse que recomendou uma
coisa que eles poderiam fazer para resolver esse problema. "Como Sínodo,
afirmar claramente que não se pode justificar a dominação dos homens sobre as
mulheres – e certamente nem a violência – através da interpretação
bíblica", particularmente interpretações incorretas do chamado de São
Paulo a que as mulheres sejam submissas aos seus maridos.
Na sua apresentação, o arcebispo
também observou que o Papa Bento XVI falou sobre a questão dos novos
ministérios para as mulheres na Igreja. "É uma questão justa a ser feita.
Não deveríamos abrir novos espaços para o ministério das mulheres na
Igreja?", perguntou.
Além da possibilidade de permitir
a existência de diaconisas, ele disse que também propôs que as mulheres sejam
contratadas para os "cargos de tomada de decisão", que poderiam ser
abertos para as mulheres na Cúria Romana, nas chancelarias diocesanas e nas
iniciativas e eventos de grande escala da Igreja.
Outra coisa, segundo ele,
"seria olhar para a possibilidade de permitir que os casais – homens e
mulheres, que tenham sido devidamente treinados e acompanhados – falem durante
as homilias dominicais, para que possam testemunhar e dar testemunho da relação
entre a Palavra de Deus e a sua própria vida de casamento, e a sua própria vida
como famílias".
Fonte: Ihu
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