O Papa Francisco disse nesta
segunda-feira (5), em um importante encontro católico sobre questões
familiares, que a Igreja não deve ser um tacanho "museu de memórias",
mas precisa ter a coragem de mudar, se for isso o que Deus quiser. Ele exortou
os bispos a se livrarem de convenções e preconceitos, com humildade, para ouvir
os seus irmãos bispos. Não deveriam "apontar o dedo uns para os outros e
julgá-los" ou se sentir superior àqueles com ideias diferentes, afirmou.
A reunião de três semanas de
bispos do todo o mundo, conhecida como sínodo, discutirá maneiras de defender a
família tradicional e tornar o casamento para a vida toda mais atraente para os
jovens, ao mesmo tempo que busca uma forma de acomodar os católicos
descontentes, como os homossexuais e os divorciados.
O encontro, do qual tomam parte
cerca de 300 bispos, delegados, observadores e 18 casais, foi precedido de uma
intensa disputa entre conservadores e liberais sobre uma série de questões
sensíveis.
Em seu pronunciamento para abrir a primeira
sessão dos trabalhos, Francisco disse que os bispos não devem apenas falar, mas
tentar ouvir o que Deus quer para a Igreja, de 1,2 bilhão de membros, e prestar
atenção nas opiniões diferentes entre si.
Ele exortou os bispos a se
livrarem de convenções e preconceitos, com humildade, para ouvir os seus irmãos
bispos. Não deveriam "apontar o dedo uns para os outros e julgá-los"
ou se sentir superior àqueles com ideias diferentes, afirmou.
Em um aceno aos conservadores, o
papa pediu coragem para "não se deixa intimidar pelas seduções do
mundo" e modas passageiras. Mas, em uma passagem que parecia ser dirigida
aos tradicionalistas inflexíveis, Francisco disse que os bispos devem também
tomar cuidado com o "endurecimento de alguns corações, que apesar das boas
intenções, mantêm as pessoas longe de Deus".
O pontífice afirmou que a fé
cristã "não é um museu para guardar e ser visto", mas deve ser uma
fonte de inspiração. Francisco exortou os bispos a terem "coragem para
trazer vida e não tornar a nossa vida cristã um museu de memórias".
Os bispos, que estão reunidos a
portas fechadas, apresentarão relatórios ao papa, que poderá usá-los para
escrever o seu próprio documento, conhecido uma Exortação Apostólica, sobre
questões familiares.
Fonte: G1 Globo
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