Francisco destaca importância de esvaziar-se das próprias
convicções para avançar no pensamento da Igreja Católica. Foto: Reprodução.
"A coragem apostólica que não se deixa intimidar nem diante das seduções do mundo, que tendem a apagar do coração dos homens a luz da verdade, substituindo-a com pequenas e temporárias luzes; a humildade evangélica que sabe esvaziar-se das próprias convicções e preconceitos para ouvir os nossos irmãos..."
O relatório apresentado no
primeiro dia de trabalhos do Sínodo da Família é considerado o Instrumento de
Trabalho para que, pelas próximas três semanas, os participantes sinodais
avancem no debate sobre cada ponto. Neste sentido, o Papa Francisco destaca que
o Sínodo não é um congresso ou um parlatório, um parlamento ou um senado, mas
sim um "caminhar juntos”.
"O Sínodo é uma expressão
eclesial, isto é, a Igreja que caminha unida para ler a realidade com os olhos
da fé e com o coração de Deus. (...) Pelo Deus que deixa as 99 ovelhas para
procurar a única ovelha perdida; pelo Deus que é sempre maior do que nossas
lógicas e dos nossos cálculos”, observa o Santo Padre. Ele adverte que o Sínodo
só pode ser um espaço da ação do Espírito Santo se os participantes se
revestirem de coragem apostólica, de humildade evangélica e de oração
confiante.
"A coragem apostólica que
não se deixa intimidar nem diante das seduções do mundo, que tendem a apagar do
coração dos homens a luz da verdade, substituindo-a com pequenas e temporárias
luzes; a humildade evangélica que sabe esvaziar-se das próprias convicções e
preconceitos para ouvir os nossos irmãos; humildade que leva a apontar o dedo
não contra os outros para julgá-los, mas para estender a mão, para erguê-los
sem jamais se sentir superiores a eles”, pondera o Sumo Pontífice.
Reconhecer e considerar a diversidade
Em entrevista à Rádio Vaticana, o
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Sérgio da
Rocha, arcebispo de Brasília e um dos padres sinodais, afirmou que é necessário
levar para a assembleia sinodal a realidade das famílias, considerando suas dores,
alegrias e sua articulação com o trabalho pastoral. "A experiência que nós
temos no campo da pastoral familiar, do movimento de casais, o serviço pastoral
familiar é bastante rico, precioso e, aqui no Sínodo, com certeza, nós
poderemos considerar isso em vários momentos. Estamos ainda na fase das
apresentações que cada bispo vai fazendo, mas aí já começa a aparecer a nossa
realidade brasileira”, afirmou Dom Sérgio.
Para o vice-presidente da CNBB,
Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (Minas Gerais), é preciso
considerar a diversidade das famílias. "O Sínodo se coloca diante de um
leque que vai se abrindo cada vez mais para compreendermos a complexidade do
momento atual em que a família se encontra”, complementa.
Fonte: Vatican News
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