quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Igreja inicia Sínodo da Família: superar preconceitos, reconhecer a diversidade

Francisco destaca importância de esvaziar-se das próprias convicções para avançar no pensamento da Igreja Católica. Foto: Reprodução.
"A coragem apostólica que não se deixa intimidar nem diante das seduções do mundo, que tendem a apagar do coração dos homens a luz da verdade, substituindo-a com pequenas e temporárias luzes; a humildade evangélica que sabe esvaziar-se das próprias convicções e preconceitos para ouvir os nossos irmãos..."


O relatório apresentado no primeiro dia de trabalhos do Sínodo da Família é considerado o Instrumento de Trabalho para que, pelas próximas três semanas, os participantes sinodais avancem no debate sobre cada ponto. Neste sentido, o Papa Francisco destaca que o Sínodo não é um congresso ou um parlatório, um parlamento ou um senado, mas sim um "caminhar juntos”.

"O Sínodo é uma expressão eclesial, isto é, a Igreja que caminha unida para ler a realidade com os olhos da fé e com o coração de Deus. (...) Pelo Deus que deixa as 99 ovelhas para procurar a única ovelha perdida; pelo Deus que é sempre maior do que nossas lógicas e dos nossos cálculos”, observa o Santo Padre. Ele adverte que o Sínodo só pode ser um espaço da ação do Espírito Santo se os participantes se revestirem de coragem apostólica, de humildade evangélica e de oração confiante.

"A coragem apostólica que não se deixa intimidar nem diante das seduções do mundo, que tendem a apagar do coração dos homens a luz da verdade, substituindo-a com pequenas e temporárias luzes; a humildade evangélica que sabe esvaziar-se das próprias convicções e preconceitos para ouvir os nossos irmãos; humildade que leva a apontar o dedo não contra os outros para julgá-los, mas para estender a mão, para erguê-los sem jamais se sentir superiores a eles”, pondera o Sumo Pontífice.

Reconhecer e considerar a diversidade

Em entrevista à Rádio Vaticana, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e um dos padres sinodais, afirmou que é necessário levar para a assembleia sinodal a realidade das famílias, considerando suas dores, alegrias e sua articulação com o trabalho pastoral. "A experiência que nós temos no campo da pastoral familiar, do movimento de casais, o serviço pastoral familiar é bastante rico, precioso e, aqui no Sínodo, com certeza, nós poderemos considerar isso em vários momentos. Estamos ainda na fase das apresentações que cada bispo vai fazendo, mas aí já começa a aparecer a nossa realidade brasileira”, afirmou Dom Sérgio.

Para o vice-presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (Minas Gerais), é preciso considerar a diversidade das famílias. "O Sínodo se coloca diante de um leque que vai se abrindo cada vez mais para compreendermos a complexidade do momento atual em que a família se encontra”, complementa.

Fonte:  Vatican News

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