Curta-metragem 'Mulheres
brasileiras: do ícone midiático à realidade' critica a forma com que os meios
de comunicação no país exploram a imagem das mulheres e impõem padrões
estéticos e comportamentais.
“É fundamental entender a estreita relação
entre os direitos efetivos da mulher e a ruptura dos estereótipos sociais.
Nesse terreno, parece inegável o papel dos grandes meios de comunicação para
configurar modas, clichês, orientar os hábitos de consumo e reforçar os modelos
de conduta.” É esta questão discutida no documentário Mulheres brasileiras: do
ícone midiático à realidade, produzido por Pueblos - Revista de Informação e
Debate y Paz con Dignidad, organizações espanholas que atuam na área de direitos
humanos.
O curta-metragem, disponível para
visualização gratuita no canal do YouTube, entrevista várias feministas e
especialistas para mostrar como as mulheres brasileiras são constantemente
“coisificadas” para promover a venda de produtos e a conquista de audiência.
Uma das questões abordadas no vídeo é o grande impacto negativo que a
concentração midiática em poucas (e poderosas) mãos tem na construção de
estereótipos e padrões femininos que não representam nem de longe a imensa
diversidade do país.
“Do Rio de Janeiro a Manaus, da
Bahia a São Paulo, nessas terras se misturam indígenas, africanas, europeias e
asiáticas, das quais apenas 47% se definem como brancas. As outras 53% são
pardas, negras, amarelas e vermelhas, conforme o limitado espectro de cores
utilizado pelo IBGE. Se somos capazes de observar essa diversidade em nossa
sociedade, por que os grandes meios de comunicação mostram um único modelo de
mulher? Quem está atrás dessas imagens? Quem decide o que vende e quais são os
cânones de beleza, prestígio e êxito de nossa sociedade? Em definitiva: quem
controla a informação?”, questiona a locutora no curta-metragem.
De maneira didática e com o uso
de depoimentos, o vídeo explica como este modelo de mídia reforça uma cultura
machista em nome (também) da maximização dos lucros. “Esta concentração dos
meios de comunicação gerou uma disputa acirrada pelas fatias do público e da
publicidade. Aos poucos, essa necessidade de vender o que é supostamente bom e
bonito, aquilo que conquista a audiência, criou o standard de beleza e
comportamento e acabou com a diversidade e complexidade na representação da
mulher. Hoje, só vai ao ar o que pode ser facilmente consumido pelo público, o
que, na prática, significa uma mulher branca, magra, jovem e heterossexual”,
critica o vídeo.
Com roteiro e direção de Alba
Onrubia, Andrea Gago Menor e Laura Daudén, o vídeo traz depoimentos das
organizadoras da Rede Mulher e Mídia, Terezinha Vicente e Rita Freire; da
diretora do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo; da psicóloga e ativista
Íris Miranda; e de Melissa Miranda, jornalista e ativista.
Assista ao vídeo na íntegra:
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/
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