quarta-feira, 11 de julho de 2012

Número de denúncias de crimes contra mulheres em MG já supera o total de 2011


De janeiro a junho de 2012 foram 76 ligações, contra 59 em todo o ano passado. Considerando o mesmo período, o número é quase cinco vezes maior – nos seis primeiros meses de 2011, foram 15 denúncias. O combate à violência é um processo longo, que passa pela desconstrução da violência como fenômeno natural.


O número de denúncias de crimes contra mulheres computados no primeiro semestre deste ano já superou os relatos feitos nos 12 meses de 2011. De janeiro a junho de 2012 foram 76 ligações, contra 59 em todo o ano passado. Considerando o mesmo período, o número é quase cinco vezes maior – nos seis primeiros meses de 2011, foram 15 denúncias. Os dados são do Disque Direitos Humanos (0800 031 11 19), canal de denúncia gratuito e sigiloso do Governo de Minas. Dos 76 relatos feitos neste ano, 66 (ou 87%) foram para denunciar o crime de agressão e maus-tratos. O crime de ameaça foi o segundo mais denunciado, com cinco ligações.
Apesar do aumento no número de relatos de crimes contra mulheres, a subsecretária de Direitos Humanos, Carmen Rocha, acredita que ainda existe uma subnotificação deste tipo de crime. Ela ressalta que as pessoas estão mais encorajadas para denunciar. “Em razão da maior visibilidade do fenômeno da violência doméstica, o número de denúncias começa a aumentar. Não que a violência tenha aumentado, mas a coragem para denunciar está maior”, explicou.
As denúncias são encaminhadas para conselhos e delegacias especializadas. Em alguns casos, dependendo da gravidade e urgência, até mesmo a Polícia Militar pode ser acionada. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

Processo de desconstrução
Para Carmen Rocha, o combate à violência é um processo longo, que passa pela desconstrução da violência como fenômeno natural.“Temos que desconstruir esse imaginário popular de que a violência é um fenômeno natural, porque se trata de um problema social construído. Por isso ele é um processo. Não tem como fazer de uma hora para outra”, analisou. “A mudança de comportamento ocorre muito mais rápido. Os valores sociais e morais demoram muito mais a mudar do que o comportamento”, concluiu.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), responsável pelo Disque Direitos Humanos, desenvolve ações voltadas para mulheres. Em Belo Horizonte, por exemplo, o Centro Risoleta Neves de Atendimento (Cerna) oferece atendimentos psicológico, jurídico e social gratuitos para mulheres vitimas de violência doméstica. De janeiro a junho deste ano, o Cerna realizou 594 atendimentos, entre acompanhamentos social, psicológico e jurídico.
O Cerna também faz encaminhamento à Rede Estadual de Atendimento às vítimas de violência física, sexual, psicológica, moral, patrimonial e homofóbica em cumprimento à Lei Maria da Penha.

 Agência Minas

Nenhum comentário: