De janeiro a junho de 2012 foram 76 ligações, contra 59 em todo o ano passado. Considerando o mesmo período, o número é quase cinco vezes maior – nos seis primeiros meses de 2011, foram 15 denúncias. O combate à violência é um processo longo, que passa pela desconstrução da violência como fenômeno natural.
O número de denúncias de crimes contra mulheres computados
no primeiro semestre deste ano já superou os relatos feitos nos 12 meses de
2011. De janeiro a junho de 2012 foram 76 ligações, contra 59 em todo o ano
passado. Considerando o mesmo período, o número é quase cinco vezes maior – nos
seis primeiros meses de 2011, foram 15 denúncias. Os dados são do Disque
Direitos Humanos (0800 031 11 19), canal de denúncia gratuito e sigiloso do
Governo de Minas. Dos 76 relatos feitos neste ano, 66 (ou 87%) foram para
denunciar o crime de agressão e maus-tratos. O crime de ameaça foi o segundo
mais denunciado, com cinco ligações.
Apesar do aumento no
número de relatos de crimes contra mulheres, a subsecretária de Direitos
Humanos, Carmen Rocha, acredita que ainda existe uma subnotificação deste tipo
de crime. Ela ressalta que as pessoas estão mais encorajadas para denunciar.
“Em razão da maior visibilidade do fenômeno da violência doméstica, o número de
denúncias começa a aumentar. Não que a violência tenha aumentado, mas a coragem
para denunciar está maior”, explicou.
As denúncias são
encaminhadas para conselhos e delegacias especializadas. Em alguns casos,
dependendo da gravidade e urgência, até mesmo a Polícia Militar pode ser
acionada. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.
Processo de desconstrução
Para Carmen Rocha, o
combate à violência é um processo longo, que passa pela desconstrução da
violência como fenômeno natural.“Temos que desconstruir esse imaginário popular
de que a violência é um fenômeno natural, porque se trata de um problema social
construído. Por isso ele é um processo. Não tem como fazer de uma hora para
outra”, analisou. “A mudança de comportamento ocorre muito mais rápido. Os
valores sociais e morais demoram muito mais a mudar do que o comportamento”,
concluiu.
A Secretaria de
Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), responsável pelo Disque Direitos
Humanos, desenvolve ações voltadas para mulheres. Em Belo Horizonte, por
exemplo, o Centro Risoleta Neves de Atendimento (Cerna) oferece atendimentos
psicológico, jurídico e social gratuitos para mulheres vitimas de violência
doméstica. De janeiro a junho deste ano, o Cerna realizou 594 atendimentos,
entre acompanhamentos social, psicológico e jurídico.
O Cerna também faz
encaminhamento à Rede Estadual de Atendimento às vítimas de violência física,
sexual, psicológica, moral, patrimonial e homofóbica em cumprimento à Lei Maria
da Penha.
Agência Minas
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