Viver sob ameaças não intimidam a revolução de Mina pelo direitos das mulheres. Ela fundou em 2001 o Comitê Internacional contra o Apedrejamento, e desde então salvou oito mulheres e três homens (condenados por serem homossexuais) da pena de morte. Conseguiu atenção mundial nos casos das iranianas Sakineh Ashtiani e Nazanin Fatehi, condenadas ao apedrejamento acusadas de terem cometido adultério.
A ativista Mina Ahadi é um “megafone dos direitos humanos”.
Fundou uma ONG que procura reintegrar à sociedade as vítimas da guerra em curso
em seu país. Foi Mina também quem criou a campanha "STOP STONING
NOW!" para evitar o apedrejamento de Sakineh Ashtiani. A militância faz
parte da vida da iraniana Mina Ahadi desde muito jovem. Aos 14, já tinha fundado
um clube de discussões políticas. Quando universitária, desafiou o governo de
seu país ao liderar uma manifestação contra o uso obrigatório do véu islâmico.
Suas atitudes revolucionárias a obrigaram a sair de sua terra natal e viver sob
proteção policial, mas nem isso a fez parar de batalhar pelos direitos humanos:
ela é porta-voz do Comitê Internacional contra o Apedrejamento de Mulheres,
coordenou a campanha para evitar as mortes das iranianas Sakineh Ashtiani e
Nazanin Fateh, condenadas pelo crime de adultério, além de ter criado o
Conselho de Ex-Muçulmanos, entidade de apoio aos que renunciaram à fé islâmica.
Ela, inclusive, recomendou aos filhos de Sakineh que
escrevessem uma carta pedindo ajuda para sua mãe e Mina ajudou a torná-la
pública. "Eu não quero mais sentenças de morte, apedrejamento. Eu quero um
Irã melhor. Eu acho que a revolução será feminina e nós, mulheres iranianas,
somos a face dessa revolução”.
A ativista, aliás, explicou como funciona a humilhação do
apedrejamento das mulheres no Irã. "As pedras para o apedrejamento são
escolhidas pelo tamanho. Elas não podem ser muito grandes para não causarem a
morte logo no começo, mas sim uma morte lenta”, explicou Mina. Para a ativista,
o Islã é
Mina tem 56 anos e há 30 recebeu uma sentença de morte.
Pertencer a um grupo de esquerda e fazer oposição ao regime islâmico foram
atitudes decisivas para que continuasse vivendo no Irã. No dia seguinte de sua
participação em uma passeata contra o uso do “Hijab” (véu islâmico), em 1979,
época da Revolução Iraniana, ela e todos os membros do movimento estudantil
foram expulsos da universidade, onde ela cursava o último ano de Medicina e
trabalhava no hospital da instituição.
Mesmo perseguida, Mina permaneceu em seu país com o marido,
que estudava Física. Ambos continuavam a lutar contra o regime até que a
polícia fez uma batida em seu apartamento, o que resultou na execução de seu
companheiro e de hóspedes do casal, vindos da região do Curdistão. A iraniana
consegui fugir de Tabriz, capital do Irã, onde residia, e há 20 anos é exilada
política na Europa, 14 deles na Alemanha, onde vive com seu segundo marido e
duas filhas.
Viver sob ameaças não intimidam a revolução de Mina pelo
direitos das mulheres. Ela fundou em 2001 o Comitê Internacional contra o
Apedrejamento, e desde então salvou oito mulheres e três homens (condenados por
serem homossexuais) da pena de morte. Conseguiu atenção mundial nos casos das
iranianas Sakineh Ashtiani e Nazanin Fatehi, condenadas ao apedrejamento
acusadas de terem cometido adultério. Hoje, as campanhas de Mina ecoam pelas
redes sociais, em muitos casos com o apoio da mídia, ONGs e personalidades que
batalham pelo direito das mulheres.
A inspiração de Mina para lutar pela emancipação feminina
foi a própria mãe. De acordo com a tradição de seu país, o filho mais velho
deve assumir o papel de autoridade na falta do pai. O de Mina faleceu quando
ela tinha 4 anos de idade mas, contrariando tal regra, a ativista foi criada
por sua mãe, que também se recusou a casar novamente com um membro da família
do marido, também como manda a tradição. O sentimento de liberdade despertado
nela em suas visitas à casa do avô no Teerã, durante férias escolares, a
motivaram a refletir sobre como a religião a privava de coisas simples. E é
pela liberdade e emancipação das mulheres sua batalha, mesmo que sua própria
vida esteja, na teoria, cerceada.
Fonte: http://estilo.br.msn.com
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