Dezenas de prostitutas e trabalhadores de sexo protestaram,
na passada sexta-feira, contra o projeto de lei que prevê a abolição da prostituição
e a penalização de clientes, em Lyon, na França. A legislação é
defendida pela ministra dos Direitos das Mulheres Najat Vallaud-Belkacem que afirmou
que esta é uma forma de proteger as mulheres do comércio sexual no país.
Associações que protegem essas profissionais, no entanto,
discordam dessa lei e afirmam que a proibição só irá fazer com que a profissão
seja mais criminalizada.
Durante os
protestos as profissionais expuseram
cartazes com as frases: “ Não a legislação”, “meu crime é sexo entre dois
adultos conscientes e a penalidade é de € 3750 e dois meses de prisão” e ainda
“ Nós não queremos pagar pela sua moralidade e hipocrisia”.
A ministra das
mulheres na França é contra a prostituição
A 11a. Conferência Internacional de Marie Claire, que reúne
editoras de 35 países onde a revista é publicada, acaba de terminar com um
discurso polêmico da porta-voz do governo francês e ministra dos direitos das
mulheres Najat Vallaud Belkacem. Mãe de 2 gêmeos, de dois anos e meio, formada
pela science-po e engajada na luta pelos direitos humanos desde a adolescência,
Najat tem apenas 35 anos e impressiona pela capacidade de aliar força e
elegância no discurso de combate à violência sexual contra mulheres. Ex
assessora de Ségolène Royal - sobre quem falamos aqui há duas semanas – Najat
diz que as prostitutas francesas têm expectativa de vida 40% menor que as
demais mulheres e que, por isso ela é a favor da abolição da profissão. “Não é
verdade que as mulheres se prostituem porque querem. Na França, 85% delas que
preferiam ter outro estilo de vida”. Segundo Najat, o caminho não é apenas
proibir a prostituição, mas mostrar que há outras possibilidades para as
mulheres de baixa renda que não apenas vender seus corpos.
“Quando me tornei ministra me jurei que não ia trabalhar
para fazer diferença para o meu nome, para minha carreira, mas sim para uma
vida melhor para mulheres” , disse. Na França, a prostituição não é crime, mas
incentivar e facilitar o trabalho das moças é e
dos mais graves. A lei entende como facilitação
até mesmo dar carona a uma prostituta a
caminho de um cliente. “Isso fez com que muitas garotas
de programa, para evitar que seus clientes fossem presos, acabassem procurando
zonas ainda mais perigosas e, assim, corressem ainda mais risco” . Para a ministra, abolir a profissão é única
forma de efetivamente acabar com o o problema.
Fonte: Band e Marie Claire
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