Estamos com risco de termos milhares, talvez em longo prazo até centena de milhares, de crianças nascendo com deficiências severas por conta da microcefalia. A grande maioria não vai caminhar, falar e terá uma vida quase vegetativa.
O coordenador da comissão externa
da Câmara dos Deputados que acompanha as ações sobre o vírus Zika e a
microcefalia, Osmar Terra (PMDB-RS), disse nesta segunda-feira (7), que a
situação da doença é alarmante e que a população está prestes a vivenciar a
pior epidemia do último século no Brasil. A afirmação foi feita durante debate
promovido pela Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj) sobre o
impacto da infecção pelo Zika na vida de mulheres, especialmente as gestantes,
bem como a garantia plena de seus direitos.
“É um tema extremamente
preocupante. Talvez seja a pior epidemia que já vimos nos últimos cem anos,
porque não se trata apenas de uma lesão temporária, mas sim lesões definitivas
nos fetos que estão se desenvolvendo", disse o deputado. No Brasil, o
Ministério da Saúde confirmou a relação entre a infecção pelo vírus Zika em
gestantes e o desenvolvimento de bebês com microcefalia.
"Estamos com risco de termos
milhares, talvez em longo prazo até centena de milhares, de crianças nascendo
com deficiências severas por conta da microcefalia. A grande maioria não vai
caminhar, falar e terá uma vida quase vegetativa. É um drama humano, familiar e
social que demanda uma gama de recursos públicos gigantescas para que elas
[crianças] e suas famílias sejam amparadas”, disse Osmar Terra.
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Projeto estadual
Há uma semana, o governo do Rio
de Janeiro lançou o primeiro projeto do país voltado para o acolhimento de
crianças com microcefalia e gestantes com Zika, além de uma ultrassonografia
que indique possibilidade de malformação do feto. O projeto foi elaborado pela
equipe médica do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC) e conta com
a participação das secretarias e prefeituras de municípios que apresentarem
casos de Zika. Para o deputado o programa é necessário, mas não é o bastante.
"É um projeto válido para
capacitar a rede de saúde do Rio, mas tem que se ampliar o número de
neuropediatras, fisioterapeutas e estimular a formação deles para dar conta do
recado", disse. “O Instituto [Estadual do Cérebro] pode tratar e capacitar,
mas não dará conta de milhares de crianças que nascerão com microcefalia”,
completou Osmar Terra.
Fonte: O Tempo
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