terça-feira, 8 de março de 2016

Quase 16 milhões de meninas nunca terão a chance de ir à escola

Total é o dobro na comparação com os meninos; atlas sobre desigualdade na educação é lançado em antecipação ao Dia Internacional da Mulher; maiores índices de disparidades estão nos países árabes e na África Subsaariana.


Quase 16 milhões de meninas entre seis e 11 anos de idade nunca terão a chance de aprender a ler ou a escrever. Se a tendência atual continuar, 8 milhões de meninos não terão a oportunidade.

Este é o principal dado de um atlas sobre desigualdade de gênero na educação, lançado esta quarta-feira pela Unesco, em antecipação ao Dia Internacional da Mulher.

Africanas e Árabes

Segundo a agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, as meninas continuam sendo as primeiras a terem seu acesso à educação negado, apesar de todos os esforços e progressos feitos nos últimos 20 anos.

Os índices mais altos de disparidades são vistos em países árabes, na África Subsaariana e no sul e no oeste da Ásia. Na África Subsaariana, por exemplo, 9,5 milhões de meninas nunca pisarão em uma sala de aula, quase o dobro do total de meninos que não terão essa chance.


Mais de 30 milhões de crianças da região já estão fora da escola. Já no sul e no oeste da Ásia, 80% das meninas que não estão na escola nunca terão a oportunidade, comparado com 16% dos meninos. O problema afeta 4 milhões de garotas asiáticas e menos de 1 milhão de garotos.

A Unesco destaca que conflitos nos países árabes impedem que sejam feitas estimativas precisas sobre a situação, mas garante que as meninas são maioria das milhões de crianças excluídas das escolas.

A diretora-geral da agência afirmou que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nunca serão alcançados sem que haja o fim da discriminação e da pobreza que afeta a vida de tantas mulheres e meninas.

Irina Bokova pede mais trabalho dos líderes globais, para que a igualdade e a inclusão estejam no centro de políticas públicas, garantindo assim que todas as meninas consigam frequentar a escola.

Fonte: Rádio ONU

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