Nova fornecedora do Galo, DryWorld tem roupas com a
instrução de lavagem 'Dê para sua mulher'
O desfile do novo uniforme do Atlético, na noite da última segunda-feira, recebeu um grande número de críticas, devido à forma como as modelos femininas desfilaram com o manto. Vestindo shorts minúsculos e com mulheres apenas de calcinha e sutiã, parte da massa alvinegra usou as redes sociais para reclamar da objetificação da figura feminina.
No blog Camikaze, diversas
torcedoras alvinegras se juntaram para produzir uma nota de repúdio contra a
organização do desfile.
"Não podemos tolerar ações
como o lamentável episódio do lançamento das Camisas da Coleção 2016, em
parceria com a DryWorld, em que modelos femininas foram expostas de maneira
objetificada, vestindo trajes de banho e lingeries, de maneira apelativa, em um
evento de finalidade esportiva. Não podemos aceitar que a imagem feminina seja
tratada como peça de enfeite de estádio, encomendadas para agradar o público
masculino - que, há muito, deixou de ser único protagonista no universo do
futebol", afirmaram.
A torcedora Bruna Pontara também
teceu críticas contra a representação feminina.
"Achei
totalmente desnecessária elas ficarem de calcinha e blusa. Era um evento
esportivo com o objetivo de lançar a blusa nova. Foi de péssimo gosto. Até
criança ficou de calcinha e blusa. Horrível", reclamou, referindo-se ao
momento de apresentação dos uniformes infantis.
Já a blogueira do Atlético, no
site da ESPN, Elen Campos, acredita que os próprios clubes ajudam a promover
atitudes machistas no futebol e disse que espera, ao menos, um pedido de
desculpas por parte da diretoria atleticana.
“Quando não promovem
ações machistas, não movem ações para combatê-las. E seria importante, isso. Eu
gostaria de ver um pedido de desculpas. Significa muito para as mulheres que se
sentiram ofendidas naquele evento. No mais, que repensem a presença da
atleticana no clube, se mostrando aberto e parceiro das nossas lutas e
conquistas”, respondeu, em entrevista ao SuperFC.
A produtora cultural e
atleticana, Renata Andrade Chamilet, acredita que o desfile ignora a
participação das mulheres no mundo do futebol.
"Penso que seja
uma repetição do mais grotesco estereótipo machista: homem gosta de futebol,
mulher bonita e cerveja. Sem considerar que as mulheres são grande parte da
torcida e mais, quem gosta de mulher não nos trata como objeto. Aí, vem a
notícia de que uma mulher foi a responsável pelo desfile. Isso não atenua. Isso
só nos deixa mais preocupada. O machismo está tão arraigado que as mulheres
repetem o discurso. Achei inacreditável com o tanto de discussão a cerca do
assunto, o Galo não ter a sensibilidade de se conectar com o mundo. É
ofensivo", declarou.
Resposta Alvinegra
Em contato com a reportagem, o
diretor de comunicação do Atlético, Domênico Bhering, afirmou que o clube não
irá responder às críticas dos torcedores.
"O Atlético respeita o direito
democrático das pessoas de discordarem, mas isso não significa que temos que
concordar com as críticas. Não iremos responder a isso. Não houve excesso, nem
atitude machista. Mas reforçamos o direito de críticas e elogios. Há quinze
anos agimos dessa forma, e essa foi a festa mais elogiada. Não há porque mudar
algo que vem dando certo há esse tempo", afirmou o diretor.
"Dê à sua mulher"
Além da questão polêmica do
desfile, outra situação também rende contra a empresa canadense DryWorld. Em
uma de suas camisas, nas recomendações de como lavar o produto, está a frase
"Give it to your wife" ou no português: "Dê à sua mulher".
Veja a imagem:
Fonte: O Tempo
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