Na fase mais fértil do ciclo menstrual, mulheres são
consideradas mais atraentes pelos homens do que quando estão na fase menos
fértil.
Isto é o que indicam os resultados de um estudo desenvolvido no
Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP pela psicóloga Lina María
Perilla-Rodríguez.
Durante a pesquisa, duas fotos da face de 18 mulheres em
fase reprodutiva (dos 18 aos 42 anos), obtidas nas fases fértil e infértil do
ciclo, eram apresentadas a 64 julgadores voluntários do sexo masculino, maiores
de 18 anos, que deviam apontar a mais atraente e indicar um nível de
atratividade para cada retrato.
Em uma das etapas do estudo, 62% dos rostos fotografados na
fase fértil foram escolhidos como mais atraentes, contra 38% na fase infértil.
Em outra etapa, na qual foram excluídos da foto elementos externos, como
cabelos e orelhas, o resultado alterou-se para 58% na fase fértil, contra 42%
na infértil.
Anticoncepcional anula diferença
O estudo também envolveu uma comparação entre a variação da
atratividade de mulheres que não faziam uso do anticoncepcional hormonal (AH) e
outras que o utilizavam. Para isso, foram avaliadas as faces de mais 18
mulheres, estas usuárias de AH, fotografadas nos períodos correspondentes à
Fase Folicular Tardia (FFT) e à Fase Lútea (FL) de um ciclo menstrual
ovulatório normal.
A partir disto, um importante achado da pesquisa foi a
diferença não significativa no julgamento da atratividade entre as faces destas
mulheres nas duas etapas do ciclo: houve 52% de preferência pelos rostos
fotografados na fase fértil (FFT), contra 48% pelos rostos da infértil.
Lina María explica que nessas mulheres não ocorrem as
mudanças hormonais características da transição de fase menstrual, conforme a
ovulação, e essa pode ser uma das razões pelas quais não são detectadas
alterações na atratividade. “O uso ou não do anticoncepcional pode influenciar
na atratividade da mulher”, conclui.
O que muda na mulher?
Após a finalização da pesquisa, a psicóloga também fez uma
observação das faces das mulheres em nível qualitativo, percebendo certas
alterações nos rostos daquelas que não usam anticoncepcionais. “Basicamente, o
que muda são os tecidos moles do rosto: os lábios ficam um pouco mais
volumosos, e o rosto fica mais arredondado na região das bochechas. Mas são
mudanças muito sutis”, relata.
Apesar disso, para melhores conclusões sobre essas
diferenças seriam necessários novos estudos voltados especificamente para a
identificação das características do rosto e outras partes do corpo feminino
que sofrem alterações conforme o ciclo menstrual.
Segundo Lina María, essas constatações respaldam estudos que
afirmam que o ser humano, mesmo inconscientemente, é hábil para perceber
pequenas mudanças no outro, entre elas a fertilidade, neste caso, relacionada
ao julgamento de maior atratividade facial da mulher.
Como seres biológicos, ela explica, o objetivo de toda
espécie é a reprodução. Logo, esta capacidade de percepção seria conveniente
para a escolha da melhor parceira para procriação.
Fonte: Noticias uol
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