Segundo estimativas da própria
Unicef, 15 milhões de meninas devem se casar até o final do ano, antes que
cheguem à maioridade.
Caso a tendência atual não seja
revertida, a agência estima que até 2030, o número de meninas e mulheres que
foram casadas ainda crianças vai chegar a 1 bilhão. Segundo o Mashable, apenas
hoje, 41 mil meninas menores de 18 anos devem se casar.
"Escolher quando e com quem
se casar é uma das decisões mais importantes da vida. O casamento infantil nega
essa escolha a milhões de meninas, todos os anos", afirma Babatunde
Osotimehin, diretor-executivo do Fundo de Populações das Nações Unidas.
O novo plano da Unicef inclui
aumentar o acesso de meninas à educação e aos serviços de saúde, mas também
conscientizar pais e líderes comunitários sobre os perigos do casamento
infantil.
O casamento infantil é uma
violação aos direitos das mulheres e das meninas. Meninas que se casam ainda
crianças estão mais propensas a abandonarem a escola, a serem vítimas de
violência doméstica, a contraírem HIV e a morrerem vítimas de complicações
durante a gravidez ou o parto, pois seu corpo normalmente não está pronto para
dar à luz. Além disso, segundo a Unicef, o casamento infantil é danoso à
economia e fomenta ciclos integeracionais de pobreza.
Em seu boletim de março de 2016,
a Anistia Internacional também denunciou o casamento infantil em Burkina Faso.
Segundo o documento, a diferença de idade entre as noivas e seus parceiros pode
chegar a 50 anos. O país é o sétimo do mundo que mais casa meninas. Mais de 50%
das mulheres se casa antes de completar 18 anos, e apenas 17% da população
feminina do país faz uso de métodos contraceptivos.
Um dos casos citados no relatório
é o de uma menina identificada como Maria. Ela foi forçada, aos 13 anos, a se
casar com um homem de 70, que já tinha outras cinco esposas. Ela caminhou 169
km durante três dias para conseguir apoio e escapar da união.
Níger
Nafissa, 17, se casou quando
tinha 16 anos. Ela ficou grávida três meses depois do casamento - que durou dez
meses. Nafissa tem 14 irmãos e irmãs.
Líbano
A refugiada síria Hened Al Ahmad
foi fotografada no Líbano, onde vive. Aos 14 anos, ela já é uma viúva. Ela se
casou há dois anos, e seu marido morre seis meses após a cerimônia. A menina,
que estava grávida, sofreu um aborto. Segundo ela, a causa foi a dor e o medo
que ela sentiu.
Mauritânia
Afaid Maiga tem 15 anos, e é uma
refugiada do Mali. Atualmente, ela vive na Mauritânia, junto com sua família.
Ela nunca frequentou a escola, e há um ano, seu pai fez com que ela se casasse
com um homem muito mais velho. Como sua mãe discordou da união e levou o caso á
lideranças comunitárias, a Unicef conseguiu intervir no caso da jovem, e anulou
o casamento. Ela segue vivendo com os pais.
Líbano
Waad tem 13 anos, e fugiu da
Síria para o Líbano. Ela foi forçada pelo pai a se casar com um homem que ela
não conhecia e, na época deste registro - em maio de 2015 - queria o divórcio.
A menina, que estudava na Síria, agora trabalha na lavoura para ajudar a
família.
Etiópia
Iraque
"Eu nunca imaginei o dia do
meu casamento, eu era completamente dedicada aos estudos", contou Dilda,
iraquiana que se casou ainda adolescente, por causa das necessidades
financeiras da família.
Fonte: Brasil Post
Nenhum comentário:
Postar um comentário