Não é possível viver e anunciar
Jesus Cristo se não é desde a defesa dos últimos e a solidariedade com os
excluídos. Se o que fazemos e proclamamos desde a Igreja de Jesus não é captado
como algo bom e libertador pelos que mais sofrem, que evangelho estamos a
predicar? Que Jesus estamos a seguir? A que nos estamos a dedicar? Dito de
forma mais clara: que impressão têm os cristãos? Estamos caminhando na mesma
direção que Jesus?
Por José Antonio Pagola
Em uma remota aldeia da Galiléia,
chamada Nazaré, os moradores se reúnem na sinagoga em um sábado de manhã para
ouvir a Palavra de Deus. Depois de alguns anos passados buscando a Deus no
deserto, Jesus retorna para a cidade onde ele cresceu.
A cena é de grande importância
para conhecer Jesus e compreender a sua missão. De acordo com o relato de
Lucas, na aldeia quase desconhecida de todos, fará sua apresentação como Jesus
Profeta de Deus e vai expor seu programa aplicando a si mesmo um texto de
Isaías.
Depois de ler o texto, Jesus diz
em uma frase: "Hoje se cumpriu esta Escritura que acabastes de
ouvir". De acordo com Lucas, o povo "estava olhando para Ele."
Todos a passaram sua atenção do texto lido para a pessoa de Jesus. O que podemos
descobrir hoje, se fixamos nossos olhos sobre Ele?
Movido pelo Espírito de Deus.
Toda a vida de Jesus é conduzida pelo Espírito, força e amor de Deus. Acreditar
na divindade de Jesus não é uma fórmula dogmática, não é uma mera confissão
teorica desenvolvida por concílios. É uma forma concreta de descobrir em suas
palavras e gestos, a sua ternura e calor, o mistério último da vida que os
crentes chamam de "Deus".
Profeta de Deus. Jesus não foi
ungido com óleo de oliva como os reis, que transmitiam o seu poder do governo
ou como os sumo-sacerdotes que eram investido de "poder sagrado". Ele
foi "ungido" pelo Espírito de Deus. Não vem para governar ou
comandar. Profeta de Deus é dedicado à vida livre. Só O pode seguir, se
aprendermos a viver guiados por este espírito profético.
Boa notícia para os pobres. Sua
atuação é uma boa notícia para a classe social marginalizada e impotente: os
necessitados de ouvir algo de bom, o injustiçado e esquecido por todos.
Começamos a nos aproximar de Jesus, quando nossa vida de amor e nossos aots
solidários podem ser percebidos pelos marginalizados como algo bom.
Dedicado a libertar. Sua vida foi
dedicada à libertação de todo tipo de escravidão. Os povos O vêem como o quem
libertou da opressão, dos sofrimento e dos abusos; os cegos O vêem como quem
liberta da escuridão e da desesperança; os pecadores O recebem como graça e
perdão. Seguimos Jesus quando nos libertamos de tudo o que nos escraviza,
humilha ou desumaniza. Então, nós acreditamos nele como Salvador, que nos
encaminha para a Vida definitiva.
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