Texto afirma que 'a mulher
mineira é famosa por ser vagabunda e arredia', e que a única maneira de
'corrigir' isto é violentando-a sexualmente; página ainda traça perfil de
vítima que seria 'mais fácil' e dá dicas de situações favoráveis para o ataque.
A Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) informou que vai denunciar um site que incentiva o estupro de
alunas da instituição. A página chamada Reis do Camarote, tem como lema
“Mulheres são objetos sexuais e devem ser tratadas como tal”.
Uma postagem apresenta um
“manual” de como estuprar uma aluna da instituição. “A mulher mineira é famosa
por ser vagabunda e arredia, e a única maneira de corrigir isto é a violentando
sexualmente”, começa o texto, ainda dizendo que o agressor deve “procurar o
curso de humanas mais próximo” para escolher sua vítima. A postagem tem
comentários repudiando a ação. O site também tem outros textos incentivando o
estupro em outras universidades.
No último tópico, o autor
aconselha o internauta: “Pode sair vazado, não vai dar em nada, tu é branco e
estudante da UFMG. A culpa irá cair em um daqueles mendigos que rondam o
campus”.
Além dos absurdos relacionados ao
crime de estupro, o site ainda usa fotos de outras pessoas que não têm
participação na criação da página e também acabam se tornando vítimas. Esse foi
um problema enfrentado por um morador do Ceará.
No dia 15 de janeiro, ele foi até
a Delegacia de Defraudações e Falsificações do Estado e registrou um boletim de
ocorrência. No documento, ele afirma que fotos suas estão na página e o nome
dele é indicado como sendo o criador dos guias. Para piorar, o denunciante
afirma que está sendo ameaçado de morte e aponta o nome de um suspeito.
Por meio de nota, a UFMG informou
que tomou conhecimento do caso nesta sexta-feira, e disse que a Administração
Central já pediu que a Procuradoria Jurídica encaminhe denúncia e tome todas as
providências cabíveis contra o site. “A UFMG reafirma o seu compromisso com a
diversidade, a liberdade de pensamento e o debate democrático e repudia qualquer tipo de comportamento discriminatório,
seja ele de caráter machista, sexista, racista, homofóbico, entre outros, que
desrespeitem a dignidade humana", finaliza.
O incentivo à prática de
violência sexual contra as mulheres divulgada pelo site, inclusive com dicas
para praticar o ato, é passível de punição prevista no artigo 286 do Código
Penal – incitar, publicamente, a prática de crime. A pena varia de três a seis
meses, ou multa. Porém, o autor ou outros responsáveis pelo site podem
responder ainda por delitos previstos na Lei de Crimes Cibernéticos, além do
uso indevido da imagem de outra pessoa como sendo o criador do conteúdo.
Fonte: O Tempo e Estado de Minas
Nenhum comentário:
Postar um comentário