“Queremos continuar vivendo e
amando fora de zonas jurídicas e legais”, afirma em entrevista Judith Butler. Sobre o trabalho sexual explica:
“Sei que minha posição é de certa forma controversa. É preciso encontrar as
formas de se opor ao tráfico de crianças e à exploração dos imigrantes. Mas ao
mesmo tempo temos que apoiar os direitos das trabalhadoras sexuais para que
possam trabalhar em condições seguras e ter um salário digno e uma
aposentadoria”.
Ela é uma das acadêmicas mais
reconhecidas do feminismo. Sua passagem por Buenos Aires despertou o entusiasmo
de uma celebridade. Na sequência, suas definições sobre os refugiados, a
regulação da prostituição e a violência machista.
Quase como uma estrela de rock.
Assim foi recebida em Buenos Aires, com gritos entusiastas e fortes aplausos, a
filósofa feminista e teórica do gênero, Judith Butler, em cada uma das três
conferências que fez em ambientes universitários e na entrevista pública que
deu no Centro Cultural Kirchner (CCK). Cerca de 500 pessoas, a maioria jovens,
estudantes, reuniram-se para ouvi-la em cada um dos encontros. E muitas outras
– seguramente – puderam acompanhá-la ao vivo por streaming.
No CCK, as mais fervorosas
deram-lhe, inclusive, beijos com os lábios pintados de um vermelho intenso em
papeizinhos nos quais escreveram as perguntas que queriam lhe fazer. E ela, com
bom senso de humor e muita onda, concordou em recebê-los, levando essas bocas
desenhadas às suas bochechas, depois de falar, durante uma hora, sobre a crise
dos migrantes na Europa, a criminalização do aborto na Argentina, o debate
sobre a regulação da prostituição como trabalho sexual, os limites das leis do
casamento igualitário e identidade de gênero – “Podem escolher exclusivamente
entre dois gêneros” –, a violência machista, os femicídios e sua própria
identidade feminista, entre outros temas
“O refugiado, talvez, não
pertença a um Estado em particular, mas ainda pertence ao mundo. Isto significa
então que todos pertencemos uns aos outros. Esta condição básica de interdependência
social é o que dá fundamento e legitima a reivindicação internacional ao asilo.
Se a polícia da Hungria está atacando os imigrantes que querem entrar no país,
está cometendo um crime contra a humanidade”, assinalou Butler.
Figura intelectual imprescindível
das humanidades, Butler é professora Maxime Elliot de Literatura Comparada na
Universidade da Califórnia, Berkeley, e professora Hannah Arendt na European
Graduate School. Recebeu numerosos prêmios e distinções e publicou livros que
são considerados imprescindíveis para os estudos de gênero e a teoria queer,
como O gênero em disputa, Corpos que importam e Desfazer o gênero. De sua obra
sobre teoria política e ética destacam-se Contingência, hegemonia,
universalidade, escrito em parceria com Ernesto Laclau e Slavoj Zizek, Vida
precária e Dar conta de si mesmo, entre outro.
Os seus anfitriões se
surpreenderam, porque apesar de seu reconhecimento em nível global por suas
contribuições intelectuais, foi uma “easy guest”, muito amável e acessível,
sobretudo com os estudantes (jantou inclusive com um grupo deles). Butler
mostrou-se fascinada pela política em geral e particularmente pela política
local.
A visita
Não é a primeira vez que está em
Buenos Aires. Mas, nesta oportunidade, teve uma agenda muito intensa: na
primeira de suas três conferências, “Laclau, Marx e o poder performático da
negação” – organizada pela Cátedra Livre Ernesto Laclau, da Faculdade de
Filosofia e Letras da UBA –, enfatizou a necessidade de manter vivo o trabalho
do grande filósofo argentino, que faleceu no ano passado, como continuidade da
conversa que estabeleceram entre si. Depois deleitou com sua fala “Corpos que
ainda importam”, convocada pela Rede Interdisciplinar de Estudos de Gênero da
Untref.
Novamente na Faculdade de
Filosofia, falou – como parte do seminário “A educação entre a violência ética
e o reconhecimento responsável. Uma abordagem ético-politica” – sobre
“Foucault, obrando mal, dizendo a verdade”. Nesse contexto, a decana Graciela
Morgade outorgou-lhe o reconhecimento de Doutora Honoris Causa. Mas entre as
duas últimas conferências, participou de uma entrevista pública no Encontro
Nacional do Pensamento, no marco do Festival Cinema Migrante, com uma Sala
Argentina lotada.
Suas entrevistadoras foram duas
pesquisadoras do Conicet, Laura Fernández Cordero, doutora em Ciências Sociais,
feminista, e Virginia Cano, ativista lésbica e feminista, doutora em Filosofia.
No começo esclareceram que várias das perguntas surgiram de leituras compartilhadas
com diferentes pessoas, em espaços acadêmicos e militantes, e de propostas
recolhidas nos dias anteriores, quando o público foi convidado para enviar suas
sugestões pelas redes sociais.
Butler, acompanhada de sua
tradutora, mostrou-se muito bem disposta para responder. Durante uma hora,
discorreu sobre diferentes temas. Reproduzimos, na sequência, algumas de suas
respostas.
Você continua a se denominar de
feminista... Por que lhe parece importante assumir essa posição aqui e agora? O
que os feminismos ainda têm para dizer? Que riscos e desafios esta identidade
assume hoje?
Sim, evidentemente assumo ser
feminista. Mas não significa que tudo o que eu sou seja feminista. O que é
importante é a posição que se defende. Do meu ponto de vista, as mulheres continuam
sofrendo de forma diferente e desproporcional diferentes formas de violência,
pobreza, analfabetismo, e estas formas de sofrimento são expressões que remetem
à desigualdade. Isto não significa que esteja tão de acordo com todas as formas
feministas. Também não posso considerar-me uma pós-feminista. Meu feminismo
está ligado ao compromisso com o movimento LGBT-queer, tanto aos seus direitos
e às suas aspirações, mas também às políticas que se opõem ao racismo, à
precariedade e, evidentemente, todo compromisso com a democracia de forma
radical.
Pensava nesta articulação entre
os feminismos e o movimento LGBT, nas conquistas que tivemos em nível
latino-americano e local. Qual lhe parece ser o valor deste tipo de articulação
entre militância, sociedade civil e Estado, e quais são os limites de ter o
Estado e o direito como um interlocutor principal?
Realmente é admirável ver as leis
que a Argentina tem, de casamento igualitário e de identidade de gênero. Para
mim, é muito importante. Também estou consciente de que vocês podem casar-se
não importa com quem, nem qual é o gênero da pessoa com que quer se casar. Mas
quando têm que escolher, têm que escolher um gênero. E têm apenas duas opções.
Então, do meu ponto de vista, se é preciso pensar em casamento, teria que
estender o conceito de gênero, isto é, que não importe que gênero essa pessoa
tem. Nós temos o direito de determinar qual é a nossa identidade de gênero.
Eu tenho uma questão crucial: nós
queremos um reconhecimento legal, que seja esse o objetivo da nossa luta
política? A visão política pode exceder esta esfera do domínio legal. Nem toda
liberdade política pode ser garantida ou, de certa forma, nomeada pela lei. As
transformações políticas não são a mesma coisa que uma reforma legal. Devemos ter
em conta que buscamos ter relações íntimas que não estejam regradas pelo
casamento. Muitas vezes queremos certa proteção legal com um reconhecimento
legal. Também nós queremos continuar vivendo e amando fora de zonas jurídicas e
legais (fortes aplausos).
Qual é a sua posição em relação
ao debate em torno da regulamentação do trabalho sexual?
Sei que minha posição é de certa
forma controversa. É preciso encontrar as formas de se opor ao tráfico de
crianças e à exploração dos imigrantes. Mas ao mesmo tempo temos que apoiar os
direitos das trabalhadoras sexuais para que possam trabalhar em condições
seguras e ter um salário digno e uma aposentadoria.
No dia 3 de junho, cerca de 250
pessoas se reuniram na Praça do Congresso e outras 200 mil se juntaram em outras
121 localidades do país, sob o lema “Nem uma a menos”. O objetivo era
reivindicar e fazer o luto – e usamos esta palavra que tanto tem a ver com os
seus livros – pela enorme quantidade de mulheres mortas por seus maridos,
ex-companheiros, noivos. A interpelação foi dirigida tanto ao Estado como à
sociedade civil. O que pode nos dizer para pensar juntas este encontro público
e esta dimensão do luto coletivo?
Há uma oposição política
importante ao femicídio, mas destaco um conceito, cunhado por Berenice Bento,
feminicídio, que é um femicídio perpetrado contra uma mulher trans ou não
trans. Não apenas nomeia e se opõe ao crime, mas também a essa cumplicidade que
existe entre as forças policiais e os sistemas legais para que aconteça, quando
fracassam para processar e perseguir a quem os comete. Podemos pensar em
exemplos como o assassinato de mulheres em Ciudad Juárez, os altos índices de
femicídios que há em Honduras e também na Argentina. Há forças policiais que
aceitam essa realidade, que são parte, de modo que poderiam ser vistos como
crimes de Estado. Também podemos pensar nos desaparecidos, o que nos traz a
pergunta sobre como as práticas e as políticas havidas durante a última
ditadura militar ainda estão em vigor em tempos de democracia.
As marchas podem pedir que tanto
a imprensa como o Estado atendam ao tema. Mas também é muito importante
enfrentar e educar o público em geral. Sem estes atos públicos, esta realidade
aparece como vaga, esquecida, negada, rechaçada. Nesse caso, essa violência
devastadora deixa de ser percebida.
Poderia desenvolver a distinção entre precaridade e precariedade e em
que sentido essa distinção poderia servir para pensar a situação dos migrantes,
os “sem Estado”, os refugiados?
Claro. Vemos neste momento uma
grande quantidade, e cada vez maior, de “sem Estado”, pessoas que não têm
Estado e estão buscando refúgio na Europa, e foram recusadas por muitos países,
que não fazem outra coisa senão comercializar seu racismo, sua xenofobia e seu
nacionalismo. Temos que ter em conta que há um grande número de pessoas que
está caminhando para o Norte, está percorrendo a América Latina, caminhando
para a América Central para poder entrar nos Estados Unidos. Eles também não
têm Estado, também são refugiados e estão buscando asilo, mas os meios de
comunicação não estão dando a devida atenção ao tema.
O direito dos refugiados ao asilo
é um direito reconhecido internacionalmente e não importa se um país os aceita
ou não, mas é uma responsabilidade de cada país encontrar uma solução para o
tema. É um momento em que temos que começar a pensar qual é a nossa
responsabilidade global.
Vocês estavam me perguntando se
há uma diferença entre precaridade e precariedade. Poderia dizer que a
precariedade é a condição de não ter nenhum tipo de seguro que me garante as
condições básicas de vida, incluindo, evidentemente, moradia, trabalho,
alimentação, acesso à saúde. A precariedade também fala sobre se alguém vai
viver ou morrer, ou se a vida que terá é vivível, se vai poder ter um futuro.
Nós também podemos estar sujeitos a algum acidente ou desastre natural; nesse
sentido, somos precários. Mas justamente os meios políticos e sociais que
determinam como se sai dessas situações mostram quão precário ou não a vida
pode ser. Qualquer pessoa que andar de táxi em Buenos Aires está em uma
situação precária (risos). Mas a precaridade é uma condição induzida
sistematicamente.
Quem é Judith Butler. Origens e teoria
Judith Butler nasceu em uma
família judia de Cleveland, Ohio, Estados Unidos. Seus pais estavam muito
comprometidos também com a política e os debates de seu tempo. “Sou lésbica e
gay. Judia, cidadã, filósofa, americana. Não há uma única identidade. Eu viajo
de uma a outra”, definiu-se durante uma entrevista para o documentário Judith
Butler, filósofa em todo gênero (2006), dirigido por Paule Zadjermann para Arte
France, onde se pode conhecer diferentes facetas suas, desde a sua infância e
suas aproximações às primeiras leituras sobre o gênero até as condições nas
quais produziu sua teoria.
Ali conta que “não era boa
aluna”. Era o que se chamada de “menina problema”, indisciplinada, respondia
aos professores, desobedecia às normas, não entrava na sala de aula. “Eu era,
portanto – disse –, bastante inteligente, mas não me via assim. Me via antes
como uma estrategista. Abria caminhos, chegava aos meus objetivos, tanto na
escola como na sinagoga, e não gostava da autoridade”. Conta que quando tinha
cerca de 11 anos, sua mãe foi chamada pela direção da escola, onde a preveniram
sobre o risco de que ela se tornasse delinquente, e impediram-na de continuar
na escola. Por essa razão, não podia continuar com o programa de educação
judaica.
A única alternativa eram os
cursos particulares com o rabino. Para aquela menina essa possibilidade acabou
sendo “fantástica”, porque adorava aquele rabino – segundo lembra no
documentário. E quando um dia ele lhe perguntou o que queria estudar, ela
respondeu dizendo que queria saber por que o filósofo “Espinosa foi expulso da
sinagoga, queria saber se a filosofia idealista alemã estava ligada à vitória
do nazismo e queria compreender a teologia existencial”. A pequena Judith
estava então com 14 anos.
A família de sua mãe era
proprietária de salas de cinema. “Talvez a teoria do ‘gênero em disputa’ – diz
no documentário – descende dos meus esforços para compreender como a minha
família encarnava essas normas hollywoodianas ou não as encarnava” em seus
esforços para se assimilar à cultura norte-americana.
Também conta como foi marcada
pela leitura de O segundo sexo, de Simone de Beauvoir, e a afirmação de que
“não se nasce mulher, torna-se mulher”. “Pareceu-me que essa noção de devir
podia dispersar-se em todas as direções. Foi aí que tive que começar a
desenvolver a tese que mais tarde se converteria no argumento central de O
gênero em disputa. E mais adiante, aponta: “Em Desfazer o gênero faço outra
pergunta: como as normas constitutivas do gênero podem nos fazer ou nos
desfazer? Se elas nos fazem, elas nos impedem também de fazer o que se gostaria
de fazer de si mesmo. Muitas relações com o próximo nos desfazem”.
A situação europeia, a ética e o poder
Sobre os refugiados
De que maneira uma antologia
social baseada na precaridade, precariedade, e em termos gerais na
interdependência de uns em relação aos outros pode constituir uma plataforma
para pensar uma ética da não violência e políticas migratórias, tanto nacionais
como internacionais? – perguntaram a Butler no CCK.
(...) O que realmente me
interessa são as formas de interdependência global que emergem dos movimentos
de resistência a diferentes formas de precariedade e foram produzidas pela
exploração econômica e política e pela despossessão. Sabemos que os direitos
dos refugiados são importantes segundo a lei internacional, mas também qualquer
forma de solidariedade global. O refugiado, talvez, não pertença a um Estado em
particular, mas ainda pertence ao mundo. Isto significa então que todos
pertencemos uns aos outros. Esta condição básica de interdependência social é o
que dá fundamento e legitima a reivindicação internacional ao asilo. Se a
polícia da Hungria está atacando os imigrantes que querem entrar no país, está
cometendo um crime contra a humanidade.
Nos últimos anos, suas diversas
apresentações levaram-na a cruzar muitas fronteiras nacionais – e pensando em
suas reflexões sobre a tradição cultural e a experiência de entrar em contato
com outras culturas –, qual é o valor que essa experiência migratória pessoal
tem para seus escritos?
Para mim, é muito importante
dizer que não há um idioma único que esteja em condições de explicar todos os
conceitos básicos de geopolítica, democracia, direito, poder. É muito
importante para que aquelas pessoas que vêm de posições privilegiadas dentro da
economia política global, é até certa forma imperativo que permitam que sua
própria linguagem seja discutida e analisada por outras linguagens, com as
quais elas entram em contato. Pensar a tradução cultural não como uma
assimilação de outras linguagens à própria, mas como uma forma de despossessão
produtiva pela qual a própria linguagem se converte em outra e desta forma se
abre ao mundo. (...)
Um dos maiores desafios do
conjunto de ferramentas teóricas que têm a ver com a precariedade, a
vulnerabilidade, a despossessão, a interdependência, tem a ver com não recair
em um discurso da vítima, da vitimização. Nesse sentido, quais são os desafios,
as vantagens, os limites de poder pensar uma política forte a partir desse
marco?
Muita gente recusa a ideia da
vulnerabilidade. Considera que não é bom sentir-se numa situação de vulnerabilidade.
Também temos uma ideia de resistência; de certa forma, superamos a
vulnerabilidade e nos sentimos mais fortes. Também muita gente considera que se
falamos de vulnerabilidade estamos pensando em uma espécie de Estado protetor
paternalista que estrutura a nossa forma de agir ou de pensar. Temos
resistência à vulnerabilidade que pode ser tanto política como psicológica. Mas
também considero que a vulnerabilidade faz parte da resistência. Considero que
a nossa capacidade de agir é nossa capacidade de responder. A resposta é que
nós fomos afetados por algo. O ponto de resistência não seria superar a
vulnerabilidade e fazer parte da massa, como um sujeito-massa; essa seria uma
ideia muito masculina.
Nós temos que conservar,
justamente, essa possibilidade de continuar sentindo as coisas para poder
superar o pensamento. Se uma pessoa fala de vulnerabilidade ou precariedade e
isso estiver associado aos sentimentos de minorias, provoca certa resistência a
pensar dessa maneira. Mas se a pessoa assume os processos de vulnerabilidade e
volta a ter poder sobre isso, é outra forma de lidar com o problema. Se podemos
ver que em alguns momentos em que as pessoas põem o corpo, por exemplo, em
cercas, põem o corpo na linha, estar na frente, é porque deixa de lado essa
concepção paternalista masculina sobre o corpo e o poder.
Corpos em concerto
Perguntamo-nos se desde o seu
primeiro livro conhecido na Argentina, O gênero em disputa, até o último, que
ainda não foi traduzido aqui, Despossessão, é possível afirmar que na sua
perspectiva da performatividade você foi acentuando a dimensão coletiva? – foi
outra pergunta feita na entrevista pública no CCK.
Sim, creio que de certa forma é
verdade. Mas não creio que a minha perspectiva era tão individualista em O
gênero em disputa – embora houvesse gente que pensou dessa maneira –, porque o
sujeito é uma categoria social. É verdade que estou trabalhando na teoria
performativa da assembleia e em quando o corpo se junta a outros corpos em
marchas nas ruas e nas praças, não apenas para mostrar sua situação de não
precariedade, mas também para resistir a esta força diante da qual eles mesmos
se assinalam como precários. Estas formas como os corpos se unem – corpos em
concerto –, onde se dá certa performatividade na qual há uma ação do corpo em
determinadas situações nas quais está mostrando, junto com outros, o que está
querendo indicar.
Também devemos ver que nestas
reuniões públicas há uma certa interdependência no nível horizontal que se dá
entre as pessoas que se reúnem. Então, também tenho que entender que todas
estas pessoas que se sentem, às vezes, abandonadas, deixadas totalmente de
lado, neste ato de reunir-se estão dizendo juntas “estamos aqui”, existimos.
Justamente o que estão fazendo é articular, ou colocar em ação, uma formação do
que é o povo.
Fonte : Ihu
Nenhum comentário:
Postar um comentário